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Efeito de dois protocolos de controle glicêmico diferentes sobre a disfunção cognitiva após cirurgia de revascularização do miocárdio

Resumo

Introdução:

A disfunção cognitiva pós-operatória (DCPO) é um resultado adverso cirúrgico que é mais comum após cirurgias cardíacas abertas. O objetivo deste estudo foi investigar o papel dos níveis de glicose no sangue rigorosamente controlados durante a cirurgia coronariana no declínio cognitivo precoce e tardio.

Métodos:

Foram randomizados em dois grupos 40 pacientes acima de 50 anos e submetidos à cirurgia coronariana eletiva. No grupo "controle rigoroso" (GI), a glicemia foi mantida entre 80-120 mg.dL-1; enquanto no grupo "liberal" (GII), variou entre 80-180 mg.dL-1. A bateria de testes neuropsicológicos foi feita três vezes: fase basal, antes da cirurgia e na primeira e 12ª semana de acompanhamento no pós-operatório. DCPO foi definida como uma queda de um desvio padrão da fase basal em dois ou mais testes.

Resultados:

Na primeira semana de pós-operatório, os testes neurocognitivos mostraram que 10 pacientes no GI e 11 pacientes no GII apresentaram DCPO. A incidência de DCPO precoce foi semelhante entre os grupos. No entanto, a avaliação tardia revelou que a disfunção cognitiva persistiu em cinco pacientes no GII, enquanto nenhum paciente foi classificado como cognitivamente prejudicado no GI (p = 0,047).

Conclusão:

Sugerimos que o controle glicêmico rigoroso no perioperatório de cirurgia coronariana pode desempenhar um papel na prevenção da deterioração cognitiva persistente.

PALAVRAS-CHAVE
Controle glicêmico; Disfunção cognitiva; Cirurgia de revascularização do miocárdio

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