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"Eu vim de lá (mas ninguém avisou!)": reflexões sobre estratégias de gestão de pessoas voltadas à interculturalidade intranacional

No presente artigo, tem-se por objetivo analisar como profissionais que assumiram a intramobilidade em suas carreiras e que foram contratados por organizações do polo industrial de Camaçari, localizado no estado da Bahia, no Brasil, percebem, nessas organizações, o desenvolvimento de estratégias de gestão de pessoas direcionadas à interculturalidade intranacional. Para atender a tal objetivo, além de revisão e análise teórica sobre os conceitos de mobilidade e gestão intercultural e gestão de pessoas nas organizações, foram entrevistados 13 profissionais que migraram de diferentes estados brasileiros para trabalhar em empresas do referido polo. Os resultados apontam que, de forma geral, as organizações ignoram os aspectos interculturais, o que reflete em uma lacuna de estratégias de gestão de pessoas. Uma das evidências refere-se à falta de suporte inicial, que gera problemas para os indivíduos que chegam, com boas expectativas, ao novo local de trabalho. Ademais, evidenciou-se que os subsídios financeiros não são suficientes, sendo necessário oferecer atenção também aos aspectos subjetivos que envolvem o deslocamento e a consequente interculturalidade intranacional. Por fim, acredita-se que a ampliação do foco de estudos sobre gestão intercultural, com um olhar sobre o intranacional, possibilita apreender lições teóricas e práticas, em função das experiências dos atores que vivenciam o processo, uma vez que a gestão intercultural e a gestão de pessoas podem gerar vantagens competitivas para as organizações.

interculturalidade; gestão de pessoas; mobilidade


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