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EFFEITO DO pH SOBRE A ATIVIDADE ANTIBACTERIANA E ANTIFÚNGICA DO EXTRATO PIROLENHOSO DE EUCALIPTO

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da neutralização progressiva na atividade antimicrobiana do extrato pirolenhoso (EP) da madeira do híbrido Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (clone I144). Amostras de madeira foram carbonizadas a uma taxa de aquecimento de 0.9 °C min-1 até a temperatura final de 450 °C, perfazendo 8 horas de carbonização. Os líquidos brutos da carbonização foram deixados em repouso e a fração aquosa foi separada. A fração aquosa correspondente ao EP bruto foi destilada obtendo o EP purificado. Alíquotas de EP purificado foram progressivamente neutralizadas do pH 2.5 até 7.5, respectivamente, 2,5, 3,0, 3,5, 4,0, 4,5, 5,0, 5,5, 6,0, 6,5, 7,0, e 7,5, por meio da adição de NaOH. Com o método da micro-diluição em caldo, o efeito antimicrobiano das amostras neutralizadas em cada pH foi avaliado contra Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Salmonella enteritidis (ATCC 13076), Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Streptococcus agalactiae (CEPA CLINICA) e Candida albicans (ATCC 10231). As concentrações inibitórias mínimas e as concentrações bactericida e fungicida mínimas foram determinadas por técnicas in vitro. Os resultados foram analisados por regressão logarítmica e modelos estatísticos foram ajustados para cada microrganismo em cada pH. Na determinação da CIM, foi detectada uma perda progressiva da atividade antimicrobiana do EP com a neutralização, exigindo, conforme o pH caminhava para 7.0, concentrações mais elevadas de EP para resultar em inibição. As cepas que demonstraram maior resistência foram S. aureus e S. agalactiae. Esses microrganismos partiram da exigência de concentrações de 6.25% de EP, em pH inicial (2.5), e chegaram a requerer 50% em pH 6.0. Quando em pH 7.0, ambas as cepas não foram inibidas nem a 50% (maior concentração avaliada no estudo). Em contrapartida, C. albicans se mostrou a cepa mais sensível, partindo de 3.12% de EP, em pH de 2.5, e exigindo apenas 25% para inibição em pH 7.0. O comportamento de P. aeruginosa e S. enteritidis acompanhou o padrão da C. albicans, diferenciando-se apenas em pH 7.0, onde exigiram 50% de EP. Como observado, mesmo em pH neutro e ligeiramente alcalino, a atividade inibitória do EP ao crescimento microbiano se manteve em certa extensão.

Palavras-Chave:
Carbonização de madeira de eucalipto; Extrato pirolenhoso de eucalipto; Bactericida e fungicida natural

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