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Utilização de sedativos e analgésicos em unidade de cuidados intensivos

Diretrizes em foco

Emergência e Medicina Intensiva

UTILIZAÇÃO DE SEDATIVOS E ANALGÉSICOS EM UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS

Recentemente, o American College of Critical Care Medicine propôs uma nova orientação em relação a prática clínica para utilização de analgésicos e sedativos no paciente adulto criticamente enfermo1. As orientações são baseadas nas evidências clínicas disponíveis e graduadas em três graus: (A- Métodos convincentes, resultados consistentes, pesquisa prospectiva, controlada, randomizada (PCR), não heterogêneo; B- Métodos convincentes, resultados inconsistentes, pesquisa PCR, presença de heterogenicidade; C- Métodos não convincentes, estudos observacionais). No sumário das recomendações, observamos 12 itens com grau de recomendação C, 14 recomendações de grau B e apenas duas de grau A que estão relacionadas ao uso de sedativos. Recomenda-se a utilização a curto prazo do midazolam, já que este produz um despertar e um tempo de desmame para extubação imprevisível, quando a infusão se prolonga por mais do que 48-72 horas. Como segunda evidência, com grau A, recomenda-se a titulação da dose do sedativo para um nível definido com uma diminuição sistemática da dose ou interrupção diária com retitulação para minimizar os efeitos sedativos prolongados.

Comentário

O paciente gravemente enfermo tem o direito de receber uma analgesia e sedação adequadas durante sua permanência na UCI, garantindo a manutenção de um bom nível de conforto. Por isso, é importante estas recomendações baseadas em evidências clínicas no sentido de melhorar a qualidade dos cuidados fornecidos aos pacientes, além de mensurar as conseqüências do que nós esta-mos fazendo e diminuir a possibilidade da variabilidade da utilização de analgésicos e sedativos na prática clínica. Entretanto, temos observado, em nosso meio, que estas recomendações não têm freqüentemente sido utilizadas, apesar de concordarmos que em várias situações clínicas não é possível a aplicação das recomendações com grau de evidência C ou mesmo B.

WERTHER BRUNOW DE CARVALHO

Referência

Jacobi J, Fraser GL, Coursin DB, Riker RR, Fontaine D, Wittbrodt ET, et al. Clinical practice guidelines for the sustained use of sedatives and analgesics in the critically ill adult. Crit Care Med 2002; 30:119-41.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Mar 2006
  • Data do Fascículo
    Set 2002
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