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Impacto do número de linfonodos retirados na sobrevida após gastrectomia por câncer gástrico

PANORAMA INTERNACIONAL

CLÍNICA CIRÚRGICA

Impacto do número de linfonodos retirados na sobrevida após gastrectomia por câncer gástrico

Elias Jirjoss Ilias

Os autores estudaram aproximadamente 4.000 pacientes submetidos a gastrectomia por câncer gástrico no período de 1973 a 1999. Foram considerados somente os casos cuja cirurgia foi curativa (sem margens cirúrgicas comprometidas, sem doença residual e sem metástases em outros órgãos). Foram excluídos do estudo todos os pacientes que receberam quimio e/ou radioterapia pré ou pós-operatória. Trata-se de estudo multicêntrico realizado em pacientes de 14 centros de oncologia dos Estados Unidos, englobando um total de 65.560 doentes diagnosticados com câncer de estômago. Foi analisada a sobrevida após a cirurgia, correlacionada com o número de linfonodos ressecados em quatro subgrupos de acordo com a classificação TNM: T1/2N0, T1/2N1, T3N0 e T3N1.

Os resultados mostraram que quanto maior o número de linfonodos ressecados, maior era o índice de sobrevida em todos os subgrupos estudados. A sobrevida de 5 anos se somente um linfonodo houvesse sido ressecado por paciente alcançaria: 56% no grupo T1/2N0, 35% no T1/2N1, 29% no T3N0 e 13% no T3N1. Para cada 10 linfonodos extras retirados por paciente, havia um aumento de 7,6% no subgrupo T1/2N0, 5,7% no T1/2N1, 11% no T3N0 e 7% no T3N1; e esse aumento da sobrevida continuou acontecendo mesmo acima dos 40 linfonodos extirpados. Na média, houve um aumento de 0,8% na sobrevida a cada linfonodo dissecado a mais, considerando o cut point de um linfonodo extirpado por paciente.

Comentário

Os benefícios da linfadenectomia ampliada já foram exaustivamente demonstrados por estudos japoneses, chineses, coreanos e europeus. Somente os estudos americanos (com raras exceções) questionavam a eficiência da linfadenectomia estendida no tratamento do câncer gástrico. Vemos com muita satisfação que um estudo de porte e multicêntrico norte-americano finalmente reconhece a importância da linfadenectomia no tratamento do câncer de estômago. Acreditamos que a linfadenectomia D2 ou ampliada (retirada dos linfonodos até 6 cm do tumor primário) deva ser rotineira em toda cirurgia que pretende ser curativa no tratamento do adenocarcinoma gástrico.

Refêrencia

Smith DD, Schwarz RR, Schwarz RE. Impact of total lymph node count on staging and survival after gastrectomy for gastric cancer: data from a large us-population database. J Clin Oncol 2005;23:7114-24.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jan 2006
  • Data do Fascículo
    Dez 2005
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