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Abortamento: avaliação da percepção das mulheres relacionada às reações e às condutas do parceiro em duas cidades brasileiras

Objetivo:

analisar a percepção das mulheres quanto às reações e às condutas do parceiro no processo do abortamento, associando as variáveis entre mulheres que sofreram abortamento espontâneo e que o provocaram, nas cidades de Natal (RN) e de São Paulo (SP).

Métodos:

foram realizadas entrevistas semidirigidas com 285 mulheres que sofreram abortamento espontâneo e 31 mulheres que referiram tê-lo provocado. Os dados foram analisados pela Técnica de Análise Temática e, posteriormente, utilizou-se o programa IBM SPSS. O nível de significância utilizado foi p < 0,05.

Resultados:

em ambas as capitais, as mulheres que provocaram o abortamento referiram o parceiro como alguém que não poderia saber do abortamento (p < 0,01 em Natal; p = 0,02 em São Paulo) e, ao mesmo tempo, como aquele que poderia tê-lo evitado (p < 0,01 em Natal; p = 0,03 em São Paulo). Em Natal, o abortamento provocado foi associado à ausência do parceiro no momento da confirmação da gestação (p = 0,02) e, em São Paulo, a reações negativas quando noticiada a gravidez (p=0,04) e a não participação no processo do abortamento (p < 0,01).

Conclusão:

apesar da independência feminina conquistada, os resultados obtidos indicam que as mulheres que provocaram o abortamento percebem a participação masculina como importante no processo. As particularidades de cada capital denotam influência da dimensão geográfica e cultural, demonstrando a necessidade de uma assistência integral à saúde da mulher que respeite as especificidades de cada região do Brasil.

aborto; aborto espontâneo; aborto induzido; percepção; homens; saúde da mulher


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