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Uso de estatinas e a incidência de diabetes mellitus tipo 2

Resumo

Introdução:

o uso de estatinas está associado à redução do risco cardiovascular em estudos de prevenção primária e secundária, e essa redução ocorre de modo diretamente proporcional à redução de LDL-colesterol. Evidências recentes sugerem que estatinas podem estar associadas à maior incidência de novos casos de diabetes. O objetivo desta revisão é identificar os fatores associados ao aumento de risco e os potenciais mecanismos diabetogênicos das estatinas. Além disso, avaliou-se se o risco de diabetes interfere na redução de risco cardiovascular obtida com as estatinas.

Métodos:

foram revisados artigos publicados nas bases de dados Scielo e Pubmed, que avaliaram ou descreveram a associação do uso de estatinas com o risco de diabetes até junho de 2015.

Resultados:

o uso de estatinas está associado a um pequeno aumento na incidência de novos casos de diabetes. Idade, potência do tratamento com estatina, presença de síndrome metabólica, glicemia de jejum alterada, excesso de peso e hemoglobina glicada previamente alterada estão associados a um maior risco de diabetes, mas não há consenso sobre os possíveis mecanismos diabetogênicos das estatinas. Nos pacientes candidatos à terapêutica hipolipemiante, o benefício de redução do risco cardiovascular supera qualquer aumento de risco na incidência de diabetes.

Conclusão:

estatinas estão associadas a um pequeno aumento na incidência de diabetes em pacientes predispostos a alterações glicêmicas. Entretanto, como persiste, mesmo nesse grupo, o benefício da redução de risco cardiovascular, não há qualquer evidência até o momento de que esse achado deva mudar a decisão de iniciar o tratamento com estatinas.

Palavras-chave:
estatina; diabetes mellitus; risco cardiovascular

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