RESUMO
Com base no pressuposto de que a persistência dos lucros tem implicações para análise financeira e elaboração de contratos de incentivo, o objetivo deste artigo é investigar o seu papel ao considerar que lucros mais persistentes provavelmente são (i) uma informação melhor para modelos de avaliação e (ii) uma medida para capturar orientação de longo prazo da firma. A análise utiliza dados de empresas que possuem ações negociadas na BM&F BOVESPA no período entre 1995 e 2013. Os resultados oferecem evidências que suportam a relevância da persistência dos lucros na análise e avaliação financeiras; entretanto, não oferecem suporte para o relacionamento entre persistência dos lucros e orientação de longo prazo. Esses resultados se mantêm mesmo diante de diferentes especificações; além disso, análises adicionais sugerem que o risco idiossincrático de uma firma (risco total) é relevante para explicar o foco em resultados financeiros de curto prazo (short-termism) entre as firmas observadas. A principal contribuição deste artigo é oferecer evidências empíricas relativas à relevância dos números contábeis em modelos de avaliação e na teoria dos contratos em um mercado emergente.
PALAVRAS-CHAVE:
Informação contábil; persistência dos lucros; avaliação pelos lucros residuais; miopia de mercado; mercados emergentes