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Paradoxos do trabalho prisional na era do capitalismo flexível: o caso do DETRAN-RS

O artigo faz uma análise comparativa entre o significado do trabalho prisional e o significado do trabalho realizado por homens livres. Para tanto, traz a experiência do DETRAN-RS na aplicação de ferramentas gerenciais ao trabalho de sentenciados oriundos dos regimes aberto e semi-aberto, uma iniciativa pioneira no Estado. Tal experiência buscou aproximar a realidade laboral dos apenados da realidade dos demais trabalhadores da instituição. Foi realizada uma pesquisa-ação e uma revisão da literatura crítica sobre o tema. Conclui-se que o mundo corporativo da nova economia não favorece a criação de vínculos e de identidade entre os membros, não sendo um modelo adequado de reinserção social pelo trabalho estável e aderência a rotinas. A estrutura oferecida pelo DETRAN-RS, mais próxima das burocracias tradicionais, oferece estas possibilidades. A submissão a controles, avaliações e normas preestabelecidas, típica dos modelos clássicos de administração e imprescindível no sistema carcerário, foi avaliada positivamente pelos sentenciados e considerada como forma de valorização profissional.

trabalho prisional; capitalismo flexível; significado do trabalho


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