RESUMO
O objetivo deste artigo é problematizar como a citadinidade skatista, entendida como uma maneira astuciosa, transgressiva e tática de se fazer a cidade, tem sido enquadrada de forma ambivalente por uma série de agenciamentos políticos e urbanísticos: ora visam combate-la, ora intentam impulsioná-la de modo um tanto estratégico a fim de atender a diversos interesses. Serão consideradas análises situacionais que revelarão os processos que permeiam uma citadinidade que preza pela materialidade da cidade e, não obstante, as relações com eventuais normatizações caras ao empresariamento urbano promovido pela parceria público-privada, a qual é sintomática de políticas de cunho neoliberais. Com efeito, ao tentar compreender como os skatistas fazem a cidade a partir de suas lógicas e vivências concretas, almeja-se desvencilhar as análises de perspectivas essencializantes, em prol de uma investigação centrada em processos que intercalam, embaralham e/ou superpõem diferentes planos, espaços, procedimentos e uma rede de agentes e saberes sociotécnicos.
PALAVRAS-CHAVE:
Citadinidade; espaços urbanos; cidade; skate; Antropologia Urbana