resumo
O artigo tem como objetivo apresentar alguns traços históricos e sociais das sociedades de colonos marginais ao Norte da Patagônia chilena, assim como propor ferramentas conceituais da antropologia que possam guiar a compreensão etnográfica destes contextos. Mencionam-se as histórias de colonização, a transumância dos bovinos, a fabricação de tejuelas de alerce e as migrações da Patagônia Austral como características que criam um sentimento de pertencimento territorializado. Estes aspectos se interpretam à luz das teorias de Tim Ingold e James Clifford, ressaltando peculiaridades e pontos comuns de dois enforques aparentemente antitéticos que, não obstante, coincidem em uma crítica ao conceito genealógico e essencialista de cultura, e na valorização do movimento como elemento essencial na geração da vida e das culturas. Estas noções parecem particularmente apropriadas para analisar um território fronteiriço com uma história de intensos deslocamentos que desconfiguram identidades étnicas e nacionais.
palavras-chave
Patagonia; Fronteira; Ambiente; Movimentos