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Descrição ultraestrutural e morfométrica da pele e cartilagem auricular de dois roedores histricognatos silvestres da América do Sul (Dasyprocta leporina e Galea spixii)

RESUMO:

A pele e cartilagem têm sido uma importante fonte de recuperação de células somáticas a serem utilizadas em estratégias de conservação em mamíferos silvestres. Nesse contexto, uma importante etapa para criopreservação é conhecer, inicialmente, as propriedades que compõem a pele e cartilagem. Sabendo, então, que a pele pode diferir-se entre espécies e com o objetivo de contribuir para o estabelecimento de criobancos, o estudo evidenciou as diferenças da pele e da cartilagem do pavilhão auricular apical de cutias (Dasyprocta leporina) e preás (Galea spixii) que são roedores silvestres presentes na América do Sul. Para tanto, métodos ultraestruturais e quantitativos foram utilizados para mensurar a espessura da pele e da cartilagem, densidade de fibras colágenas e elásticas, número e distribuição dos tipos celulares e atividade proliferativa. Embora as propriedades ultraestruturais em cutias e preás tenham se mostrado semelhantes, avaliações acerca da morfometria da pele e da cartilagem demonstrou diferenças, especialmente nas camadas epidérmicas (córnea: 5,3±2,5μm vs. 3,9±0,6μm; espinhosa: 16,4±6,2μm vs. 23,4±8,1μm; basal: 9,9±2,1μm vs. 4,8±0,5μm), derme (183,1±44,0μm vs. 258,2±22,9μm), pele total (211,8±46,0μm vs. 290,3±23,7μm) e pericôndrio (27,6±6,1μm vs. 10,5±1,8μm). Além disso, um número maior de células epidérmicas (61,7±15,2 vs. 24,8±7,6) e condrócitos (32,7±9,0 vs. 27,5±4,7) foram observados em cutias, enquanto em preás um maior número de melanócitos (12,6±4,7 vs. 29,9±6,2), queratinócitos (14,7±4,2 vs. 29,8±7,6) e fibroblastos (103,6±24,7 vs. 112,2±11,3) foram evidenciados. Ainda, em preás, uma maior porcentagem de fibras colágenas e da atividade proliferativa foram observadas quando comparadas a pele de cutias. Portanto, existem diferenças entre cutias e preás para pele e cartilagem do pavilhão auricular, exigindo desta forma um estabelecimento de protocolos de criopreservação específica para cada uma destas espécies.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:
Roedores silvestres; Dasyprocta leporina; Galea spixii; ultraestrutura; morfologia; morfometria; pele auricular; cartilagem; criobancos; animais selvagens

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