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Hiperestesia espinhal focal como fator prognóstico em cães paraplégicos sem percepção de dor profunda

RESUMO:

A extrusão do disco intervertebral (EDIV) é a causa mais comum de lesão compressiva na medula espinhal de cães, cujo prognóstico é variável e depende de diversos fatores, sendo a percepção de dor profunda (PDP) o principal parâmetro utilizado. Pesquisas de novos fatores prognósticos são estudados com intuito de auxiliar na estimativa mais precisa de recuperação funcional. Com isso, o objetivo do estudo foi avaliar se a hiperestesia espinhal (HE) no local da compressão, pode ser utilizada como um fator prognóstico para recuperação funcional de cães com extrusão aguda do disco intervertebral (Hansen tipo I), sem a presença de PDP submetidos a hemilaminectomia toracolombar. A cirurgia descompressiva ocorreu no mesmo dia ou no dia seguinte ao atendimento. A duração da perda de dor profunda até a realização da cirurgia variou de 1 a 60 dias, com uma mediana de 4,5 dias para o grupo de cães com e 5,5 dias para aqueles sem hiperestesia espinhal. Dos 68 cães incluídos nesse estudo retrospectivo, 73,5% (50/68) apresentavam HE e, em 26,5% (18/68) a dor não foi identificada. A recuperação foi satisfatória nos cães com HE em 60% (30/50) e, sem HE, em 27,7% (5/18) dos casos, demonstrando que os cães paraplégicos sem PDP, mas com presença de hiperestesia espinhal tem 3,9 vezes mais chances de recuperação quando comparado com cães na mesma condição, mas sem HE. Não foram encontrados trabalhos que avaliaram a HE mediante a palpação da coluna vertebral como um fator prognóstico, o que reforça a relevância do presente estudo. Os resultados do presente trabalho sugerem que a HE em cães paraplégicos acometidos por EDIV toracolombar sem presença de PDP pode ser utilizada como um possível indicador prognóstico de recuperação funcional.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:
Hiperestesia espinhal focal; cães; paraplegia; percepção de dor; doença do disco intervertebral; medula espinhal; doenças de cães; nocicepção; neurologia

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