Resumo
Entendendo as altas habilidades em Matemática como práticas que, em meio a relações de poder-saber, identificam, comparam e classificam os sujeitos-alunos como sendo portadores de altas habilidades, este artigo tem por objetivo discutir como jogos de poder-linguagem produzem essas formas-sujeito na escola contemporânea. A produção analítico-conceitual tomou como base os pensamentos de M. Foucault e autores afins, no que se refere às discussões sobre linguagem, práticas discursivas, relações de poder e formas de governo. Na esteira desses estudos, pensa-se a política educacional inclusiva, destacando seus efeitos nas maneiras de se orientarem condutas e performances no âmbito do neoliberalismo e seus efeitos na escola contemporânea no Brasil. Assim, as altas habilidades não constituem apenas uma atualização de nomenclatura ou uma mera acomodação de vocabulário, mas diz respeito a todo um jogo de poder e classificação que no espaço escolar produz “o sujeito-aluno portador de altas habilidades” a partir de normas, processos e finalidades comportamentais e performativas.
Palavras-chave
sujeito de altas habilidades; matemática; neoliberalismo educacional; inclusão escolar; jogos de poder-linguagem