O artigo explora um aspecto do campo da medicina não convencional na cidade de Buenos Aires: a construção coletiva de narrativas que justificam a escolha e o uso de uma terapia particular (reflexologia) em termos de uma ação razoável e válida, baseada em sua inserção em um suposto senso comum, além da adesão a uma ideologia alternativa. O artigo se baseia em pesquisa de tese de doutorado, com abordagem interpretativa e qualitativa por meio de entrevistas em profundidade com usuários desta terapia. Os resultados enfocam a centralidade de três áreas temáticas em que esta narrativa da racionalidade emerge: a que se baseia na experiência dos "outros significativos", sob a retórica da recomendação e a prova; a que se relaciona com as definições específicas de "real", a partir da qual a terapia é considerada eficaz; e uma que valida a terapia, distinguindo-a de outras opções consideradas alteridades radicais. Conclui-se que este tipo de narrativa é uma das possíveis manifestações de processos de aculturação e assimilação que atravessam essas terapias em contextos ocidentais, permitindo sua aceitação por amplos setores da sociedade para além da adesão ao sistema de crenças alternativo.
medicina não convencional; reflexologia; processos de assimilação