| Joana |
ACS |
Ia sair da casa de uma paciente e começou o tiroteio, permaneceu abrigada com a paciente, até melhorar. Em outro episódio, estava no meio do beco, e o tiroteio começou, paralisou, sem reação, “eu só gritava (ahhhhhh)”, um paciente a puxou para abrigá-la em sua casa. |
| Alessandra |
ACS |
Era uma época em que “estava dando alguns tirinhos”, não muito, por isso podiam realizar VD. Estava na área quando começou o tiroteio, não correu por medo de ser confundida e ser alvejada, escondeu-se no único lugar possível, agachada, “só via gente correndo e tiros passando por mim”. |
| Joaquim |
ACS |
Ele e outros moradores ficaram encurralados entre policiais e “meliantes”. Verbaliza que a situação não foi trágica porque conseguiu sinalizar às duas partes que tinham inocentes no meio, inclusive crianças, e conseguiram se abrigar antes do confronto começar. |
| Rute |
ACS |
A polícia estava fazendo uma incursão e tinha “bandidos armados” no caminho, “eu tive que correr junto com os bandidos”. Rute entrou na casa de uma paciente e eles entraram na casa ao lado para se esconder. A polícia tentou entrar onde Rute estava, mas por algum motivo não conseguiu. |
| Alice |
ACS |
Em visita com a fisioterapeuta, deparou-se com muitos homens da comunidade armados: “cada arma... eu acho que era maior do que eles aquelas armas, e eles dando bom dia, bom dia, bom dia, está tranquilo lá na frente? Como é que a gente sabe se está tranquilo lá na frente se a gente não sabia que atrás estava assim?”, ficou muito nervosa e a fisioterapeuta a acalmou. |
| Julieta |
ACS |
Conta que vivenciou diversas visitas, em uma delas, levava a enfermeira Mirela, que estava em seu primeiro dia de VD. Durante o atendimento a dois usuários, chegou um homem correndo, informando a estes que estava tendo uma invasão de facção rival à deles. A ACS e a enfermeira cruzaram os olhares, e a enfermeira entendeu que deveria encerrar rapidamente o atendimento e as duas saíram correndo pelo caminho, com medo do confronto. |
| Carmen |
ACS |
Estava descendo na sua microárea e iam à sua frente sua filha e o filho, quando, de repente, começou o tiroteio e ficaram no meio, “eu só gritei: corre! saí pulando a escada e entrando no bar, me jogando no chão, só via o garoto correndo e atirando”. Quando terminou, um cliente do bar e um policial tinham sido feridos. Carmen e outros moradores socorreram o morador ferido. |
| Daniel |
ACS |
Perdeu duas pessoas próximas em confronto com a polícia e tem dificuldades de falar sobre o assunto; não respondeu diretamente a esta pergunta. Mas narra que um dia estava almoçando quando a polícia estava em incursão, atirando, e “os meninos” entraram em sua casa para se abrigar. |
| Carolina |
Médica |
Diz que nunca presenciou tiros ou confronto, enquanto estava na unidade ou na área. |
| Marilsa |
Enfermeira |
Fala sobre a semana que chegou, que foi muita tensa, em que a unidade ficou fechada alguns dias, em decorrência da violência armada. |
| Mirela |
Enfermeira |
Verbaliza sobre o episódio que Julieta trouxe. No entanto, o que mais a impactou foi um dia em que estava indo para uma visita e encontrou seu paciente em um bar; quando começaram a conversar, dois meninos com arma em punho passaram correndo. A ACS a alertou que deveriam ir embora, e a VD ficou combinada para outro dia com o usuário. No retorno para unidade, passaram por diversos meninos armados, com armas expostas. A ACS os advertiu, pedindo que abaixassem para que elas passassem e a resposta foi: “se ficar na frente, vocês vão tomar também, é melhor vocês saírem”. |
| Ariel |
Aux. Administrativa |
Estava subindo a comunidade e a polícia descendo a ladeira para entrar no Sabiá Laranja, quando a troca de tiros começou e não tinha onde se abrigar. |
| Raquel e Solange |
Técnicas de Enfermagem |
Não passaram por nenhuma situação dentro do território, já aconteceu de não poderem subir a comunidade, porque estava tendo operação policial com tiros, sendo remanejadas para outra unidade. |
| Celso |
Gerente |
Não presenciou nenhuma situação de violência ou confronto no território. |
