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Corpo e tecnologias de visualização médica: entre a fragmentação na cultura do espetáculo e a fenomenologia do corpo vivido

The body and medical visualization technologies: between fragmentation in the culture of the spectacle and the phenomenology of the living body

Este artigo tem como objetivo analisar o impacto das tecnologias da visualização médica sobre a corporeidade no contexto da cultura do espetáculo. O sucesso dessas tecnologias para além do âmbito estritamente biomédico deve ser compreendido no contexto da visualidade espetacular. Tanto a visualidade espetacular como a visualidade médica colocam em questão o estatuto do Real corporal e oferecem a imagem do corpo como o próprio corpo, um corpo que é ao mesmo tempo real e virtual. O corpo virtual é um ícone da cultura do espetáculo, na qual a imagem atinge uma materialidade singular que compete pelo estatuto de realidade com a materialidade do corpo físico. A esse modelo se opõe nossa experiência encarnada do corpo físico unificado, como sujeito de ação no mundo, que implica o conjunto dos sentidos e que escapa na mera apreensão visual e objetivante da mídia e das tecnologias de imageamento. Portanto, a corporificação imaterial das tecnologias médicas é uma pseudocorporificação, na qual o que se perde é a substância, o corpo.

Corporeidade; visualização médica; cultura do espetáculo; fragmentação


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