Resumo
Este artigo analisa a emergência dos Estudos loucos como uma tradição investigativa que propõe teorias críticas e metodologias alternativas para a produção do conhecimento de pessoas que foram rotuladas com diagnósticos psiquiátricos. Para Estudos loucos, os significados em torno da loucura expressam a relação de forças e as formas de opressão que constituem o campo da saúde mental, portanto, enfatizam o caráter político das pesquisas que se desenvolvem neste campo e sustentam um questionamento da reivindicação de objetividade e neutralidade do modelo biomédico. Nesse quadro, por meio de uma revisão da literatura acadêmica e da netnografia como método de pesquisa, descreve-se o crescente papel das comunidades que receberam atenção em saúde mental na América Latina para elaborar suas experiências no campo acadêmico e expressar suas narrativas em público. esfera, posicionando-se como agentes do conhecimento e atores políticos. Em torno dessas novas gramáticas, propõe-se o surgimento dos Estudos loucos da América Latina como disciplina emergente na configuração de outras formas de habitar a loucura e articular suas lutas pela emancipação social no cenário regional contemporâneo.
Palavras-chave:
Estudos loucos; Investigação social; Saúde mental; América Latina.