Resumo
O estudo descreve o perfil de crianças e adolescentes com transtorno do desenvolvimento global (TGD) atendidas nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e profissionais destes estabelecimentos no Brasil e regiões. Utiliza dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS) e do Sistema Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) de 2014-2017. Relacionou-se deterministicamente as bases SIA/SUS e SCNES, usando o número do estabelecimento, os casos de TGD foram individualizados utilizando a variável cartão SUS codificada. Foram registrados 18.852 diagnósticos de TGD nos CAPS, a maioria por demanda espontânea, 73,2% realizadas em CAPSi, 50,3% na faixa etária de 1-6 anos, 80% do sexo masculino e maiores proporções de casos femininos a partir de 13 anos (p<0,001). Em 54,3% dos diagnósticos não foi especificado o tipo de TGD, sendo o autismo o mais frequente (27,2%) dentre os especificados. As equipes profissionais variaram segundo tipo de CAPS. Procedimentos de práticas comunicativas e reabilitação psicossocial foram pouco expressivas (10,3%). Conclui-se pela necessidade de estudos para esclarecer a alta demanda espontânea, os atendimentos fora do CAPSi e de se estabelecer parâmetros para avaliar se os procedimentos estão adequados ao projeto terapêutico permitindo monitorar e avaliar o atendimento às pessoas com TGD.
Palavras-chave:
Deficiências do Desenvolvimento; Transtorno do Espectro Autista; Serviços de Saúde Mental; Sistema Único de Saúde; Epidemiologia Descritiva