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A interface psicologia social e saúde: perspectivas e desafios

The interface social psychology and health: perspectives and challenges

Esse trabalho constitui uma reflexão sobre as práticas de saúde e as dificuldades da psicologia de se inserir como campo interdisciplinar de intervenção nessa área. Apesar de muito se falar do modelo biopsicossocial, observa-se que se continua privilegiando a etiologia biologicista, a concepção fragmentada de saúde e o caráter impositivo e normatizador da visão positivista de ciência, esquecendo-se a relevância dos aspectos sociais, psicológicos e ecológicos como mediadores dos processos saúde-doença. O modelo biomédico mostra-se totalmente funcional para as necessidades do sistema socioeconômico vigente, condicionando uma visão individualista, fragmentada e descontextualizada dos comportamentos humanos relacionados à saúde e à doença, pelo que se sugere um permanente processo de deconstrução sobre as formas vigentes de fazer ciência nessa área. Isso implica uma revisão crítica do desenvolvimento dos processos de significação relacionados com a saúde-doença e com a formação profissional, bem como da própria estruturação da saúde pública e dos modelos assistenciais implementados ao longo de sua história, implícita ou explicitamente dirigida para a população carente. Pressupõe, ainda, uma posição de permanente autocrítica voltada a nossa participação nesses processos, como profissionais.

psicologia social; saúde; modelo biomédico


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