Resumo em Português:
Os calcários da Bacia de Itaboraí (Paleoceno Médio), Rio de Janeiro, Brasil, abrigam uma rica fauna de gastrópodes pulmonados do Paleoceno Médio, tanto terrestres quanto dulciaquícolas. No presente trabalho realiza-se uma extensiva revisão taxonômica dessa paleofauna. Duas novas espécies, Eoborus fusiforme e Gastrocopta itaboraiensis, são descritas, assim como um novo gênero, Cortana. A classificação revisada encontra-se do seguinte modo: Austrodiscus lopesi (Charopidae); Biomphalaria itaboraiensis (Planorbidae); "Brachypodella" britoi (Urocoptidae); Brasilennea arethusae, Brasilennea guttula, Brasilennea minor (Cerionidae); Bulimulus fazendicus, Bulimulus trindadeae, Cortana carvalhoi, Cyclodontina coelhoi, Itaborahia lamegoi, Leiostracus ferreirai, Plagiodontes aff. dentatus (Orthalicidae); Cecilioides sommeri (Ferussaciidae); Eoborus rotundus, Eoborus sanctijosephi, Eoborus fusiforme (Strophocheilidae); Gastrocopta mezzalirai, Gastrocopta itaboraiensis (Gastrocoptidae); Temesa magalhaesi (Clausiliidae). A espécie Strobilopsis mauryae foi considerada sinônimo de Brasilennea arethusae; Bulimulus sommeri sinônimo de Itaborahia lamegoi; e Vorticifex fluminensis sinônimo de Eoborus sanctijosephi. A bacia conta com os registros fósseis mais antigos das famílias Orthalicidae, Gastrocoptidae, Ferussaciidae e Strophocheilidae. Além disso, os registros de Itaboraí das famílias Charopidae, Clausiliidae, Cerionidae, e Urocoptidae estão entre os mais antigos do mundo e, dentre esses, os de Cerionidae, Clausiliidae e Urocoptidae merecem destaque por estarem bem afastados das distribuições atuais das famílias. Ademais, os registros de Itaboraí são os mais antigos para os gêneros Austrodiscus, Brachypodella, Bulimulus, Cecilioides, Cyclodontina, Eoborus, Gastrocopta, Leiostracus, Plagiodontes e Temesa. Há três gêneros endêmicos na bacia: Brasilennea, Cortana e Itaborahia. Discussões adicionais sobre paleobiogeografia e evolução dessa paleofauna são oferecidas.
Resumo em Inglês:
The limestones of Itaboraí Basin (Middle Paleocene), Rio de Janeiro, Brazil, harbor a rich fossil molluscan fauna consisting exclusively of pulmonate snails, both terrestrial and freshwater. An extensive taxonomic revision of this paleofauna is conducted here. A new genus, Cortana, is described as well as two new species, Eoborus fusiforme and Gastrocopta itaboraiensis. The revised classification is as follows: Austrodiscus lopesi (Charopidae); Biomphalaria itaboraiensis (Planorbidae); "Brachypodella" britoi (Urocoptidae); Brasilennea arethusae, Brasilennea guttula, Brasilennea minor (Cerionidae); Bulimulus fazendicus, Bulimulus trindadeae, Cortana carvalhoi, Cyclodontina coelhoi, Itaborahia lamegoi, Leiostracus ferreirai, Plagiodontes aff. dentatus (Orthalicidae); Cecilioides sommeri (Ferussaciidae); Eoborus rotundus, Eoborus sanctijosephi, Eoborus fusiforme (Strophocheilidae); Gastrocopta mezzalirai, Gastrocopta itaboraiensis (Gastrocoptidae); Temesa magalhaesi (Clausiliidae). The species Strobilopsis mauryae was considered a synonym of Brasilennea arethusae; Bulimulus sommeri a synonym of Itaborahia lamegoi; and Vorticifex fluminensis a synonym of Eoborus sanctijosephi. Itaboraí Basin has the most ancient records of the families Orthalicidae, Gastrocoptidae, Ferussaciidae and Strophocheilidae. Moreover, the basin's records of Charopidae, Clausiliidae, Cerionidae, and Urocoptidae are among the most ancient in the world and, among these, those of Cerionidae, Clausiliidae and Urocoptidae deserve special attention since they are greatly removed from these families' current distribution. Additionally, Itaboraí has the most ancient records for the genera Austrodiscus, Brachypodella, Bulimulus, Cecilioides, Cyclodontina, Eoborus, Gastrocopta, Leiostracus, Plagiodontes and Temesa. There are three endemic genera in the basin: Brasilennea, Cortana and Itaborahia. Further discussion on paleobiogeography and evolution of this paleofauna is also provided.
