Desempenho agronômico e recomendações para cultivo de quinoa (brs syetetuba) no cerrado

Spehar, Carlos Roberto; Rocha, Juliana Evangelista da Silva; Santos, Roberto Lorena de Barros

doi:10.5216/pat.v41i1.9395

Resumos

A Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.), originária dos Andes, tem sido adaptada ao cultivo no Brasil, via seleção de progênies. Entre as progênies avaliadas, tem-se destacado a Q4.5, proveniente da população Q4, originária dos vales equatorianos. O genótipo foi uniformizado em suas características agronômicas, recebendo o nome de BRS Syetetuba. Em experimentos de verão e entressafra, apresentou rendimentos de 2,3 t ha-1 de grãos e 7,5 t ha-1 de biomassa total, em 120 dias, da emergência à maturação. Estes resultados superaram aqueles alcançados pelas cultivares padrões BRS Piabiru e Kancolla. Os grãos são livres de saponina e têm peso médio de 2,9 g 1000-1. Os resultados indicam que a BRS Syetetuba reúne características favoráveis para desencadear a produção comercial de quinoa no Brasil.

Chenopodium quinoa; peso de grãos; biomassa; altura de planta

Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.), native to the South American Andes, has been adapted for cultivation in Brazil, via progeny selection. Originating from the Q4 population, from Ecuadorian valleys, Q4.5 has shown outstanding performance. During the trials, it was standardized for agronomic traits and named BRS Syetetuba. In the summer and winter, it reached 2.3 t ha-1 and 7.5 t ha-1, respectively for grain and biomass yield, in 120 days, from emergence to maturity. These results were higher than those reached by the BRS Piabiru and Kancolla check cultivars. The grains are saponin-free and have a mean weight of 2.9 g 1000-1. The results reveal that the BRS Syetetuba meets the desirable characteristics for commercial yield in Brazil.

Chenopodium quinoa; grain weight; biomass; plant height

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Desempenho agronômico e recomendações para cultivo de quinoa (brs syetetuba) no cerrado^* * Trabalho recebido em mar./2010 e aceito para publicação em jan./2011 (n° registro: PAT 9395/ DOI 10.5216/pat.v41i1.9395).

Agronomic performance and recommendations for quinoa (brs syetetuba) crop in the Brazilian savannah

Carlos Roberto Spehar^I; Juliana Evangelista da Silva Rocha^I; Roberto Lorena de Barros Santos^II

^IUniversidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Brasília, DF, Brasil. E-mails: spehar@unb.br, julianaesr@hotmail.com.

^IIMinistério da Agricultura, Secretaria Executiva, Brasília, DF, Brasil. E-mail: roberto.lorena@agricultura.gov.br.

ABSTRACT

Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.), native to the South American Andes, has been adapted for cultivation in Brazil, via progeny selection. Originating from the Q4 population, from Ecuadorian valleys, Q4.5 has shown outstanding performance. During the trials, it was standardized for agronomic traits and named BRS Syetetuba. In the summer and winter, it reached 2.3 t ha^-1 and 7.5 t ha^-1, respectively for grain and biomass yield, in 120 days, from emergence to maturity. These results were higher than those reached by the BRS Piabiru and Kancolla check cultivars. The grains are saponin-free and have a mean weight of 2.9 g 1000^-1. The results reveal that the BRS Syetetuba meets the desirable characteristics for commercial yield in Brazil.

Key-words:Chenopodium quinoa; grain weight; biomass; plant height.

RESUMO

A Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.), originária dos Andes, tem sido adaptada ao cultivo no Brasil, via seleção de progênies. Entre as progênies avaliadas, tem-se destacado a Q4.5, proveniente da população Q4, originária dos vales equatorianos. O genótipo foi uniformizado em suas características agronômicas, recebendo o nome de BRS Syetetuba. Em experimentos de verão e entressafra, apresentou rendimentos de 2,3 t ha^-1de grãos e 7,5 t ha^-1de biomassa total, em 120 dias, da emergência à maturação. Estes resultados superaram aqueles alcançados pelas cultivares padrões BRS Piabiru e Kancolla. Os grãos são livres de saponina e têm peso médio de 2,9 g 1000^-1. Os resultados indicam que a BRS Syetetuba reúne características favoráveis para desencadear a produção comercial de quinoa no Brasil.

Palavras-chave: Chenopodium quinoa; peso de grãos; biomassa; altura de planta.

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JACOBSEN, E. S.; MUJICA, A.; JENSEN, C. R. The resistance of quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) to adverse abiotic conditions. Food Reviews International, London, v. 19, n. 1/2, p. 99-109, 2003.
MUJICA-SANCHEZ, A. et al. Quinua (Chenopodium quinoa Willd.): ancestral cultivo andino, alimento del presente y del futuro. Santiago: FAO, 2001.
SPEHAR, C. R. Quinoa: alternativa para a diversificação agrícola e alimentar. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2007.
SPEHAR, C. R.; ROCHA, J. E. S. Effect of sowing density on plant growth and development of quinoa, genotype 4.5, in the Brazilian savannah highlands. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 53-58, 2009.
SPEHAR, C. R.; ROCHA, J. E. S. Exploiting genotypic variability from low-altitude Brazilian savannah-adapted Chenopodium quinoa Euphytica, Dordrecht, v. 175, n. 1, p. 13-21, 2010.
SPEHAR, C. R.; SANTOS, R. L. B. Agronomic performance of quinoa selected in the Brazilian savannah. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 40, n. 6, p. 609-612, 2005.
SPEHAR, C. R.; SANTOS, R. L. B. Quinoa (Chenopodium quinoa Willd) BRS Piabiru alternative for crop diversification. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 37, n. 6, p. 889-893, 2002.
SPEHAR, C. R.; SOUZA, P. I. M. Adaptação da quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) ao cultivo nos cerrados do planalto central: resultados preliminares. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 28, n. 5, p. 635-639, 1993.

*

Trabalho recebido em mar./2010 e aceito para publicação em jan./2011 (n° registro: PAT 9395/ DOI 10.5216/pat.v41i1.9395).

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
31 Jan 2013
Data do Fascículo
Mar 2011

Histórico

Recebido
Mar 2010
Aceito
Jan 2011

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[1] JACOBSEN, E. S.; MUJICA, A.; JENSEN, C. R. The resistance of quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) to adverse abiotic conditions. Food Reviews International, London, v. 19, n. 1/2, p. 99-109, 2003.

[2] MUJICA-SANCHEZ, A. et al. Quinua (Chenopodium quinoa Willd.): ancestral cultivo andino, alimento del presente y del futuro. Santiago: FAO, 2001.

[3] SPEHAR, C. R. Quinoa: alternativa para a diversificação agrícola e alimentar. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2007.

[4] SPEHAR, C. R.; ROCHA, J. E. S. Effect of sowing density on plant growth and development of quinoa, genotype 4.5, in the Brazilian savannah highlands. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 53-58, 2009.

[5] SPEHAR, C. R.; ROCHA, J. E. S. Exploiting genotypic variability from low-altitude Brazilian savannah-adapted Chenopodium quinoa Euphytica, Dordrecht, v. 175, n. 1, p. 13-21, 2010.

[6] SPEHAR, C. R.; SANTOS, R. L. B. Agronomic performance of quinoa selected in the Brazilian savannah. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 40, n. 6, p. 609-612, 2005.

[7] SPEHAR, C. R.; SANTOS, R. L. B. Quinoa (Chenopodium quinoa Willd) BRS Piabiru alternative for crop diversification. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 37, n. 6, p. 889-893, 2002.

[8] SPEHAR, C. R.; SOUZA, P. I. M. Adaptação da quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) ao cultivo nos cerrados do planalto central: resultados preliminares. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 28, n. 5, p. 635-639, 1993.