O gênero Tatia de auquenipterídeos é revisado. Doze espécies são reconhecidas incluindo três descritas como novas. Tatia é reconhecido pelo hiomandibular fortemente fendido anterodorsalmente, base da nadadeira anal de machos maduros reduzida em tamanho, e pelo pedúnculo caudal lateralmente comprimido e alto com uma quilha médio-dorsal. Tatia aulopygia ocorre na drenagem do rio Madeira e é distinguida pela fontanela craniana reduzida em adultos e pela nadadeira anal em machos maduros fendida, pela redução em tamanho dos raios medianos. Tatia boemia, conhecida da drenagem do alto rio Uruguai, é reconhecida por seu padrão de colorido único com cromatóforos escuros pelas laterais do corpo. Tatia brunnea, de bacias hidrográficas no Suriname e Guiana Francesa e ainda da drenagem do rio Negro na Amazônia, é reconhecida pela ampla largura da cabeça e boca e pela nadadeira anal modificada em machos com extremidade pontiaguda. Tatia dunni, do alto Amazonas, é reconhecida pela cabeça estreita, pelo processo pós-cleitral longo em alguns espécimens, e pela coloração do corpo com manchas irregulares ou faixas claras. Tatia galaxias, endêmica da bacia do rio Orinoco, é distinguida pelos grandes olhos e focinho curto. Tatia gyrina, com ocorrência pelo alto e médio Amazonas, e pelos rios do norte do Suriname, possui mesetmóide reduzido, mandíbula levemente prognata, segunda placa nucal com bordo lateral estreito, terceira placa nucal reduzida, pré-vomer pequeno, reduzido número de costelas, pequeno número de vértebras e dimorfismo sexual onde a papila genital masculina é entumescida. Tatia intermedia é registrada para o médio e baixo rio Amazonas, rio Tocantins e ainda para drenagens costeiras na Guiana, Suriname, Guiana Francesa e leste do Pará no Brasil. É distinguida pelo processo do pós-cleitro curto, olhos pequenos e focinho longo. Tatia neivai, do alto rio Paraná, rio Paraguai e alto rio Paraíba do Sul, é distinguida pela contagem vertebral exclusiva e pela coloração da nadadeira caudal com barras transversais escuras. Tatia strigata, distribuída pelo médio Amazonas e rio Negro é reconhecida pelo padrão de colorido com listras horizontais irregulares e nadadeira anal modificada fendida em machos, com raios medianos reduzidos em tamanho. Tatia caxiuanensis, nova espécie, descrita para o rio Curuá no baixo Amazonas, é reconhecida pela fontanela craniana ampla e pela nadadeira anal de machos maduros distinta. Tatia meesi, nova espécie, descrita para o rio Essequibo, Guiana, é diferenciada de seus congêneres pela fontanela craniana com duas aberturas separadas e pelo osso nasal afilado. Tatia nigra, nova espécie, descrita para o médio Amazonas, é distinguida pelo processo pós-cleitral curto, pelo número reduzido de vértebras e pelo padrão de colorido escurecido. Todas as doze espécies de Tatia são redescritas ou descritas e uma chave de identificação é fornecida.
