Populações neotropicais de Plutella xylostella L. possuem ciclos sazonais de crescimento e declíneo e a migração é um fator-chave na geração da dinâmica populacional. Devido à previsibilidade sazonal das oscilações populacionais, o fotoperíodo poderia agir como o sinal que desencadea o comportamento migratório do inseto. Migrações de insetos são geralmente precedidas por diapausa reprodutiva, uma típica resposta fotoperiódica caracterizada por alterações morfológicas, fisiológicas e comportamentais que possibilitam discriminar as formas migratórias das não-migratórias. Neste estudo, foi testado se o desenvolvimento pré-imaginal e reprodutivo de P. xylostella, proveniente de Minas Gerais, é inibido por fotoperíodos equivalentes aos comprimentos de dias em que ocorrem as fases de crescimento ou de declínio das populações naturais. Nenhuma evidencia de resposta fotoperiódica foi encontrada para os insetos criados em laboratório sob cinco regimes constantes de fotoperíodos, variando de oito a dezesseis horas-luz-dia. Não houve variação significativa na sobrevivência e na duração dos estágios de ovo, larva e pupa. O peso das pupas também não foi afetado, assim como o tamanho, a fecundidade e a longevidade dos adultos. Embora algumas espécies de insetos possuam respostas fotoperiódicas geograficamente diferenciadas, a sugestão de alguns autores de que a cosmopolita P. xylostella responde ao fotoperíodo em regiões de clima temperado foi questionada. Os dados experimentais não suportaram a hipótese de que a sazonalidade migratória e populacional de P. xylostella dependem do fotoperíodo como sinal de anúncio de mudanças temporais na qualidade do habitat.
Diapausa; dinâmica populacional; fotoperíodo; migração
