Resumo
Este artigo descreve os modos pelos quais usuários de um aplicativo fitness que prescreve exercícios físicos personalizados orientam suas condutas em interação com números gerados por self-tracking. Baseado na Teoria Ator-Rede, foram analisadas as interações derivadas de relações entre usuário, aplicativo e rede a qual ele está integrado. Tendo a autoexperimentação como demarcador, os resultados apontaram duas perspectivas de conduta orientada por dados: aqueles que seguem os insights apontados pela tecnologia, ainda que com ajustes, e aqueles que realizam experimentos mais aprofundados, caracterizados como biohackers. Muitos dos biohackers se tornam também influenciadores digitais e constituem uma espécie de rede de colaboração nas mídias sociais. Conclui-se que os usuários, enquanto sujeitos empreendedores de si, orientam suas condutas através dos números, produzem relatórios que envolvem dados de diversas atividades humanas, por meio de diferentes softwares e realizam autoexperimentação.
Palavras-chave:
Exercício; Internet; Inteligência Artificial; Dispositivos Eletrônicos Vestíveis.