Acessibilidade / Reportar erro

Septic endocardites

Expomos e analisamos, no presente trabalho, as principais idéias emitidas acerca das endocardites sépticas. De grande importância foram as de Schottmueller sôbre o caráter autônomo da endocardite lenta, assim a especificidade do seu agente etiológico. Observações posteriores trouxeram restrições à teoria desse autor e as nossas se encontram nesse número, conforme se poderá ver no capitulo anterior. Além do Streptococcus viridans muitas outras bactérias têm ocasionado casos clínicos típicos de endocardite lenta ou sub-aguda. Outro ponto para o qual se têm dirigido os pesquisadores é o que trata da mutação do Streptococcus haemohjticus em Streptococcus viridans, o pri¬meiro dado como mais freqüente nas endocardites agudas. A tendência dos modernos autores é nesse sentido e nós temos observado, não raro, mutações dessa natureza. Há mesmo autores que admitem uma só espécie de estrepto-coco não passando de acidentes ocasionados por diferentes fatores físicos, químicos e biológicos as características descritas pelos que admitem várias espécies. As hemoculturas nem sempre foram positivas nos nossos casos, o que têm acontecido a todos os autores que estudaram o assunto. Em primeiro lugar concordamos que é de grande importância o meio de cultura a empregar, assim como os cuidados técnicos auxiliares. Mesmo assim a percentagem de negatividade é elevada. Nem sempre o sôro possui anticorpos que impeçam a proliferação do germe causador, conforme tivemos ocasião de observar em 1 caso. E' mais razoável aceitar, quando tal ocorre, que o germe circule intermitentemente. Lesões do endocárdio em conseqüência de doenças anteriores, principalmente o reumatismo articular agudo, facilitam o desenvolver da endocardite séptica. Em elevada percentagem verifica-se essa ocorrência e, em nossos casos, os que forneceram informações seguras, doenças cardíacas anteriores puderam ser apuradas. Segundo referem alguns autores, o depósito de fibrinas e plaquetas nas lesões antigas, quando novamente atacadas, viria facilitar o desenvolvimento da bactéria que entrou em circulação. As nossas observações microscópicas verificaram a presença desses elementos. Concordando com o que se têm observado os germes do grupo dos cocos predominaram de maneira quase absoluta (95%). Contudo, a verificação do pneumococo em 50% dos casos constitui uma exceção às estatísticas melhor elaboradas. Antes de finalizar desejamos agradecer ao Diretor e Chefes de Serviço do Hospital S. Francisco de Assis e aos Drs. Magarinos Torres e Pena de Azevedo o grande auxílio que nos prestaram durante a execução deste trabalho; ao Sr. J. Pinto pela execução das fotografias e microfotografias.


Instituto Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde Av. Brasil, 4365 - Pavilhão Mourisco, Manguinhos, 21040-900 Rio de Janeiro RJ Brazil, Tel.: (55 21) 2562-1222, Fax: (55 21) 2562 1220 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: memorias@fiocruz.br