Resumo
Cada vez mais, incêndios florestais estão ocorrendo em grandes partes do mundo devido ao clima mais quente, secas mais frequentes e severas e mudanças contínuas no uso da terra. No Brasil, o enfraquecimento das políticas públicas ambientais tem agravado ainda mais os incêndios florestais com impactos generalizados em todo o país. Este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre variações de curto prazo em focos de incêndio por precipitação, temperatura em biomas no estado de Mato Grosso do Sul (MS) – Centro-Oeste do Brasil. Modelos de regressão binomial negativo aditivo generalizado com termos de defasagem não lineares distribuídos foram ajustados com contagens diárias de focos de incêndio como resultados e precipitação diária total e outras variáveis meteorológicas como preditores, ajustando para sazonalidade e tendência. Em geral, maior precipitação foi associada a menos focos de fogo, com maiores riscos relativos para o bioma cerrado para o corte seco e para temperaturas mais altas o número de focos de fogo com maior risco relativo para o bioma Pantanal. Associações mais fortes foram observadas no corte seco (inverno/primavera). Verificou-se que temperaturas mais altas estão associadas a mais focos de incêndio. Os focos de incêndio estão fortemente associados à precipitação e variação de temperatura, mas em direções opostas. Precipitações mais altas podem se tornar mais claramente associadas a menos focos de incêndio e temperaturas mais altas a mais focos de incêndio. Se mantivermos a cultura das queimadas para limpar pastagens e áreas de plantio, as queimadas se tornarão cada vez mais incontroláveis.
Palavras-chave:
Focos de Calor; Precipitação; Temperatura; Clima; Avaliação De Risco; Modelos De Regressão; Focos de Incêndio; Área Queimada