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COBERTURA VEGETAL, AÇÃO ANTROPOGÊNICA E PALEOCLIMAS NA CAATINGA

Resumo

A Caatinga é dominada por um clima semiárido e uma alta biodiversidade vegetal que lida com distúrbios antrópicos e mudanças climáticas. Estudos anteriores sugerem que a Caatinga se tornou uma floresta totalmente dominada pelo pulso de água do solo em resposta à redução da disponibilidade de água no final da última era glacial, por volta de 10 cal kyr AP. Este trabalho teve como objetivo identificar a evolução vegetativa, climática e a influência antrópica na região do Cariri, uma das regiões mais secas do Brasil. Amostramos o solo em uma lagoa temporal para identificar o pólen. O testemunho tem 170 cm de comprimento e atinge 6.216 anos cal BP na base. A análise polínica indica a presença de táxons representativos de climas úmidos, entre 6.216 e ca. 5000 anos cal AP, como Azolla, seguido pela implantação da configuração moderna da Caatinga de ca. 4.900 anos cal BP. Após 2.700 anos cal AP, ocorreram episódios úmidos, possivelmente relacionados à variação El Niño - La Niña na região, marcados pelo aumento da concentração de algas e ervas aquáticas. A ocorrência de espécies de atividade humana como Caryocar, Dioscorea, Spondias e Licania sugerem possivelmente manipulação da paisagem por populações pré-colombianas, e as exóticas Pinus e Prosopis revelam mudanças na cobertura arbórea causadas pela colonização européia na Caatinga.

Palavras-chave:
Antropoceno; Floresta Seca; Paleogeografia; Região Semiárida; Sedimentologia; Lagos; Lagoas e Pântanos

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