Resumo
Através da ficção de Machado de Assis, buscamos mostrar o quanto permanecem atuais certos comportamentos e formas de subjetividade herdeiros da escravidão. Essa herança está incorporada ao discurso social e na linguagem cotidiana. Ela se transforma segundo as condições atuais, mas não se apaga. O reconhecimento da impossibilidade desse apagamento é uma chance para sua superação. A escrita de Machado transforma-se em ferramenta significativa para a elaboração e prática dos psicanalistas, uma vez que, para a psicanálise, o exercício de sua ética não está dissociado da escuta dos discursos que organizam a subjetividade em seu tempo e lugar.
impossível; inconsciente; outro; discurso; mal-estar