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WITTGENSTEIN, FORMALISM, AND SYMBOLIC MATHEMATICS

RESUMO

Em um recente artigo, Sören Stenlund procura alinhar a abordagem de Wittgenstein em relação aos fundamentos e à natureza da matemática com a tradição da matemática simbólica. A caracterização da matemática simbólica feita por Stenlund, de acordo com a qual a matemática é logicamente separada de suas aplicações externas, a aproxima da posição formalista. Isto naturalmente levanta a questão de se Wittgenstein defende uma posição formalista em filosofia da matemática. O objetivo deste artigo é dar uma resposta negativa a esta questão, ao defender que Wittgenstein sempre pensou não haver separação lógica entre a matemática e suas aplicações. Atenção especial será dada às observações de Wittgenstein sobre a aritmética pertencentes ao seu período intermediário, pois é neste período que uma leitura formalista de seus escritos é mais sedutora. Mostrarei como sua ideia de autonomia da aritmética não deve ser comparada à ideia formalista de autonomia, segundo a qual um cálculo é “cortado” de suas aplicações. A autonomia da aritmética, para Wittgenstein, garante ela própria sua aplicabilidade, provendo, assim, sua própria raison d’être.

Palavras-chave
Wittgenstein; formalismo; matemática simbólica; aplicabilidade; autonomia da aritmética

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