Resumo
Contexto
A neuroimagem é amplamente utilizada para o diagnóstico e tratamento do acidente vascular cerebral (AVC). No entanto, pouco se sabe se a dose de radiação recebida nesses exames está de acordo com as diretrizes internacionais de segurança.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi avaliar a dose de radiação efetiva (DRE) durante a hospitalização por AVC.
Métodos
Trata-se de estudo transversal com 109 pacientes hospitalizados com diagnóstico de AVC isquêmico. A gravidade do AVC foi avaliada pela National Institutes of Health Stroke Scale, a topografia pela classificação clínica de Bamford e a etiologia pelo Trial of ORG 10172 in Acute Stroke Treatment (TOAST). O índice de dose recebida no exame de tomografia computadorizada (TC) e as estimativas de dose específicas foram usados para calcular a DRE recebida durante a hospitalização. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparar a DRE recebida por pacientes trombolisados e não trombolisados. Estatísticas não paramétricas foram utilizadas para analisar os dados.
Resultados
Durante o período do estudo, a DRE foi de 10,9 mSv. O tempo de internação não foi associado à exposição à radiação. Nenhuma diferença foi demonstrada na DRE de acordo com a etiologia e classificação clínica de Bamford. Os pacientes que fizeram perfusão (isolada, associada à TC ou angiotomografia) receberam a maior DRE (46,5 mSv) em comparação aos que não fizeram (10,8 mSv), sendo estatisticamente significativo (p <0,001). Não foram encontradas diferenças na DRE entre pacientes trombolisados e não trombolisados. Não houve correlação entre a DRE durante a hospitalização com a gravidade do AVC.
Conclusões
De acordo com as atuais diretrizes nacionais, o protocolo de exame de imagens na unidade de AVC é seguro em relação à DRE recebido pelo paciente durante a internação. Não houve diferença na DRE dos pacientes de acordo com o tratamento trombolítico e a gravidade do AVC.
Palavras-chave:
acidente vascular cerebral; radioproteção; tomografia computadorizada