RESUMO
OBJETIVOS:
Verificar a prevalência de níveis séricos elevados de fibrinogênio e sua associação com os fatores de risco cardiometabólicos em crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade.
MÉTODOS:
Estudo transversal com 138 crianças e adolescentes (obesos ou com sobrepeso) acompanhados em um ambulatório de referência da rede pública. A concentração do fibrinogênio foi distribuída em quartis e considerada elevada quando os valores eram iguais ou superiores ao terceiro quartil. A associação entre o valor elevado do fibrinogênio com os fatores de risco cardiometabólicos foi verificada com o teste qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de Fisher, quando necessário. A regressão logística foi usada para ajuste das variáveis preditoras do nível do fibrinogênio. As análises foram feitas no SPSS 22.0 e SAS e considerou-se o intervalo de confiança de 95%.
RESULTADOS:
Os níveis séricos de fibrinogênio estiveram elevados em 28,3% dos indivíduos e apresentaram associação com a PCR elevada (RP: 2,41; IC95%: 1,30-4,46, p = 0,003) e com a presença de quatro ou mais fatores de risco (RP: 1,78; IC95%: 1,00-3,17; p = 0,042). Após a regressão logística, apenas o PCR elevado continuou associado ao fibrinogênio alterado (RP: 1,32; IC95% 1,09-5,25; p = 0,024).
CONCLUSÕES:
O aumento do fibrinogênio foi prevalente na população estudada, esteve associado à proteína C reativa ultrassensível e ao número igual ou superior a quatro de fatores de risco cardiovasculares e deve ser incluído na avaliação de indivíduos sob risco.
Palavras-chave:
Fibrinogênio; Obesidade; Aterosclerose; Crianças; Adolescentes