Objetivo:
Avaliar os fatores associados ao baixo consumo de frutas e verduras entre pré-escolares de famílias usuárias da rede básica de saúde de Porto Alegre, RS, Brasil.
Métodos:
Estudo de coorte aninhado a ensaio de campo randomizado. A coleta de dados foi feita por meio de questionários estruturados para obtenção de dados dietéticos e sociodemográficos, além de dois recordatórios de 24 horas nas faixas etárias de 12–16 meses e novamente aos 2-3 anos de idade. Foram avaliados os dados de consumo de uma porção diária de frutas (80 g) e verduras (60 g), além de consumo de alimentos não recomendados, como balas, chocolates e refrigerantes. As análises estatísticas foram feitas por regressão de Poisson com estimativa robusta.
Resultados:
Foram avaliadas 388 crianças de 2-3 anos, destas 58% e 87,4% não consumiram uma porção de frutas e verduras, respectivamente. Os fatores que se mostraram negativamente associados ao consumo de frutas foram: renda familiar superior a 4 salários mínimos, (p = 0,024), menor escolaridade paterna (p = 0,03) e menor consumo de frutas aos 12–16 meses (p = 0,002). Os fatores negativamente associados à ingestão de verduras foram a menor escolaridade paterna (p = 0,033) e consumo de refrigerante aos 12–16 meses (p = 0.014).
Conclusão:
Os resultados deste estudo mostraram alta prevalência de crianças que consumiram menos de uma porção de frutas e verduras ao dia e sugerem que práticas alimentares precoces, escolaridade paterna e renda estão associadas a esse processo.
Pré-escolar; Consumo de alimentos; Frutas; Verduras