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Anormalidades de EEG e ressonância magnética em pacientes com encefalite límbica aguda

OBJETIVO: descrever as características de EEG e ressonância magnética em pacientes com encefalite límbica aguda (EL). PACIENTES E MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 57 pacientes com diagnóstico de EL de maio de 1994 a abril de 2010 e selecionados aqueles com registros disponíveis de eletroencefalograma e ressonância magnética. Analisamos as características do EEG (tipo de anormalidade, a localização e periodicidade) e ressonância magnética e comparamos os resultados dos dois exames. RESULTADOS: Foram incluídos 22 pacientes, com idade variando de 3 meses a 71 anos. O EEG foi anormal em 21 pacientes (95,5%): Descargas periódicas epileptiformes lateralizadas (PLEDs) em 9 pacientes (40,9%), descargas epileptiformes e /ou ondas lentas temporais em 7 (31,8%) e 5 (22,7%) com apenas lentificação da atividade de base. A ressonância magnética mostrou anormalidades nos lobos temporais de 19 pacientes (86,4%). A presença de PLEDs foi fortemente associada com o sinal FLAIR-RM hiperintenso envolvendo hipocampo e córtex do lobo temporal. Bi-PLEDs (descargas periódicas epileptiformes bilaterais) visto em dois pacientes estavam relacionados com extensa alteração de sinal FLAIR-RM bitemporal simétrica. Três pacientes com PLEDs apresentaram apenas anormalidades leves ipsilaterais nas imagens FLAIR, enquanto que a ressonância magnética mostrou áreas em lobo temporal contralateral com alterações de sinal moderadas a intensa. Em quatro pacientes com pequenas lesões bilaterais assimétricas na RM observamos PLEDs no lado mais afetado. Ondas lentas difusas foram observadas em três pacientes com hipersinal discreto na ressonância magnética. CONCLUSÃO: PLEDs são achados típicos de EEG na LE, mas não estão presentes em todos os casos. No entanto o EEG pode prever a extensão de alterações à RM: Anormalidades EEG leves do tipo ondas lentas podem estar relacionada a lesões discretas de ressonância magnética, enquanto PLEDs estão relacionados à lesões extensas. Além disso, em lesões bilaterais, assimétricas e difusas nas imagens FLAIR os PLEDs podem estar localizados no lobo temporal contralateral à zona mais afetada na ressonância magnética.

encefalite límbica aguda; PLEDs; ressonância magnética; EEG


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