RESUMO
Objetivo
Estimar a prevalência de tentativa de suicídio entre usuários da Atenção Primária à Saúde (APS) e verificar fatores associados.
Métodos
Estudo transversal realizado com indivíduos de 18 anos ou mais, atendidos na rede urbana da APS de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Foi calculada a prevalência do desfecho, com intervalo de confiança de 95% (IC95), além das Razões de Prevalência (RPs) brutas e ajustadas para verificação dos fatores associados.
Resultados
Amostra de 1.443 indivíduos, prevalência da tentativa de suicídio de 9% (IC95 8%-11%), com maior probabilidade em mulheres (RP = 3,01; IC95 1,54-5,86), 18-59 anos (RP = 2,15; IC95 1,38-3,34), sem cônjuge (RP = 1,82; IC95 1,09-3,03), com duas ou mais doenças crônicas não transmissíveis (RP = 1,54; IC95 1,08-2,18), diagnóstico de HIV/AIDS (RP = 3,02; IC95 1,30-7,02), de depressão (RP = 2,69; IC95 1,83-3,96), história familiar de tentativa de suicídio (RP = 1,99; IC95 1,50-2,63) e insônia (RP = 1,46; IC95 1,05-2,02). Observou-se tendência linear inversamente proporcional em relação à escolaridade, com redução de 42% na probabilidade do desfecho entre os participantes com ensino superior (RP = 0,58; IC95 0,39-0,86).
Conclusões
Constataram-se alta prevalência de tentativa de suicídio, em comparação à média nacional, e associação com idade adulta, sexo feminino, menor escolaridade, ausência de cônjuge, diagnóstico de doenças crônicas, insônia e história familiar de suicídio.
Suicídio; atenção básica; fatores de risco