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Assistência à saúde mental de crianças brasileiras utilizando dados ambulatoriais

RESUMO

Objetivo

Investigar as características clínico-epidemiológicas, em uma grande base de dados, dos atendimentos ambulatoriais em saúde mental de crianças no Brasil e identificar relações relevantes entre idade, sexo e três transtornos mentais comuns na infância: transtorno invasivo do desenvolvimento, distúrbio da atividade e da atenção e transtorno depressivo leve.

Métodos

Extraímos dados públicos de atendimento ambulatorial de crianças no Brasil, oriundos do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), parte do sistema Datasus, de 2008 a 2012. Realizamos análises das taxas de atendimento por 100 mil habitantes e análises posteriores, com regressões logísticas, para transtorno de atenção e hiperatividade (F90.0), transtorno pervasivo do desenvolvimento (F84.0-F84.9) e transtorno depressivo leve (F32.0), controlando por idade e ano da consulta, e estratificando por região.

Resultados

Transtorno de atenção e hiperatividade foi a condição que mais gerou consultas em todo o país. Analisando por região, encontramos uma taxa elevada de visitas por retardo mental na região Nordeste e episódios depressivos leves na região Sul. As regressões mostraram que crianças mais velhas tinham menos probabilidade de ser consultadas por transtorno da atividade e da atenção (F90.0).

Conclusões

Nossas análises mostram os padrões das condições psiquiátricas que geram maior demanda nos serviços ambulatoriais de atendimento em psiquiatria infantil e as significativas diferenças regionais. Essas informações podem subsidiar agentes administrativos na tomada de decisão sobre alocação de recursos e treino de equipes em cada região.

Epidemiologia; psiquiatria infantil; Datasus; dados de rotina

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