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Suicídio e fatores associados ao longo da vida

RESUMO

Objetivo

Determinar o perfil epidemiológico e toxicológico de todas as vítimas de suicídio no Rio Grande do Sul em 2017.

Métodos

As vítimas foram classificadas por gênero, idade, ausência parental, cidade, forma de suicídio, contexto do óbito e resultados toxicológicos, utilizando as ocorrências policiais e os laudos emitidos pelo Instituto-Geral de Perícias do RS. A análise de correspondência múltipla e o teste Cochran-Mantel-Haenszel X 2 foram utilizados para avaliar associações entre os parâmetros estudados.

Resultados

Foram registrados 1.284 suicídios (11,3 casos/100 mil habitantes) no RS em 2017, sendo 80% homens e 46% jovens e idosos. Porto Alegre apresentou o maior número de vítimas e a região do Vale do Rio Pardo, o maior índice (20,8 casos/100 mil habitantes). O enforcamento foi o meio mais empregado e a depressão, o contexto mais citado nas ocorrências. A presença de etanol foi observada em 30% das amostras analisadas, com perfil masculino adulto associado à presença de outros psicotrópicos, cuja classe mais frequentemente detectada foi a dos ansiolíticos. O nitrito foi o veneno mais detectado entre as amostras encaminhadas para essa finalidade. Houve associação entre a ausência parental e os jovens, entre o método suicida intoxicação e as mulheres e entre os jovens e a presença de compostos ilícitos.

Conclusão

A mortalidade por suicídio segue aumentando no RS, que, historicamente, apresenta o maior índice brasileiro. As informações obtidas neste trabalho servem de apoio a novas pesquisas, promovendo ações de conscientização, orientação aos serviços de saúde e na elaboração de mais políticas públicas preventivas.

Suicídio; epidemiologia; saúde pública; toxicologia; análise multivariada

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