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Pico alto da hemoglobina carbamilada discordante com o nível de ureia: relato de caso

RESUMO

A dosagem de hemoglobina A1c (HbA1c) é comumente realizada em pacientes com diabetes mellitus para monitorar o controle glicêmico nos últimos três a quatro meses. A hemoglobina carbamilada - hemoglobina que se liga ao ácido isociânico derivado da ureia - é uma das possíveis interferências analíticas no paciente urêmico. Quando medida por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) por troca iônica, a hemoglobina carbamilada forma um pico que se sobrepõe ao pico da HbA1c, causando um resultado falsamente elevado da HbA1c. Relatamos o caso de um homem de 60 anos de idade que apresentava um aumento espúrio de HbA1c, com alto pico de hemoglobina carbamilada desproporcional ao valor de ureia. A análise subsequente da hemoglobina usando eletroforese de hemoglobina e sistema de teste de hemoglobina por HPLC sugeriu a variante de hemoglobina J (Hb J). Nosso caso destacou a possibilidade de interpretação enganosa da HbA1c na presença de um pico alto de hemoglobina carbamilada, mas não proporcional ao valor da ureia. Neste estudo, foi detectada a Hb J. Um método isento de interferência de variantes da hemoglobina deve ser idealmente usado, e o monitoramento do controle glicêmico deve ser feito usando métodos alternativos, como frutosamina sérica ou monitoramento contínuo da glicose.

Unitermos:
hemoglobina A glicada; cromatografia líquida de alta pressão; hemoglobina carbamilada; ureia.

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