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Dinâmica sazonal de uma assembléia de drosofilídeos (Diptera) e seu potencial como bioindicadora em ambientes abertos

Drosophila Fallen, 1823 (Diptera, Drosophilidae) é, há muito tempo, um organismo modelo em pesquisas de genética e evolução. A ecologia destas moscas, no entanto, apenas recentemente foi melhor estudada. Trabalhos recentes apontam que as assembléias de Drosophila podem ser utilizadas como bioindicadoras de degradação de ambientes florestais. Neste trabalho, foi avaliado o potencial bioindicador dos drosofilídeos em um ambiente de restinga, naturalmente aberto. Dados de nove coletas sazonais consecutivas revelaram um forte padrão de flutuação temporal na maioria dos grupos de espécies de Drosophila. O grupo D. willistoni foi mais abundante nos outonos, enquanto os grupos D. cardini e D. tripunctata foram, respectivamente, expressivos nos invernos e primaveras, e o grupo D. repleta em ambas as estações. As espécies exóticas D. simulans Sturtevant, 1919 (do grupo D. melanogaster) e Zaprionus indianus Gupta, 1970 foram mais abundantes nos verões. Em geral, a estrutura desta assembléia não mostrou as mesmas características de ambientes florestais ou urbanos, mas mostrou-se similar às florestas nos invernos e aos urbanizados nos verões. Isto demonstra que esta localidade já pode estar sofrendo impacto da urbanização. Também, este pode ser interpretado como um local facilmente invadido por espécies exóticas, o que pode levar à homogeneização biótica e, portanto, pode por em cheque o uso de assembléias de drosofilídeos como bioindicadores em ambientes abertos.

Drosophila; sazonalidade; bioindicadores; restinga; Brasil


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