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Biopolítica, biopoder e cuidado de si na campanha antitabagista das embalagens de cigarro

Biopolitics, Biopower and Selfcare in Anti-Smoking Campaign on Cigarette Packs

Resumo

Este artigo discute a constituição do sujeito fumante em campanhas antitabagistas presentes nos enunciados que circulam na materialidade sincrética das embalagens de cigarro. Refletiremos sobre duas dimensões que envolvem o corpo desse sujeito, considerado uma superfície discursiva onde incidem relações de saber/poder: o corpo investido pelos biopoderes, através dos quais se promove a biopolítica da população, e o corpo como um domínio da estética de si, para refletirmos sobre o cuidado e o governo de si. Utilizamos a teoria da Análise do Discurso, mobilizando como categorias analíticas as noções-conceitos foucaultianas de sujeito, governamentalidade, biopoder, biopolítica e cuidado de si. Metodologicamente, nossa análise possui uma abordagem qualitativa, de cunho descritivo-interpretativo, e recai sobre um corpus constituído por nove dos enunciados supracitados. Concluímos que nas campanhas antitabagistas cruzam-se os discursos médico, jurídico e estético, indicando formas de o sujeito cuidar de si, ao mesmo tempo em que deixa entrever um poder que visa gerir a vida da população com o objetivo final de torná-la mais produtiva e menos onerosa ao Estado.

Palavras-chave
Análise do Discurso; governamentalidade; campanhas antitabagistas

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