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Quem inventou a fome são os que comem* * Da obra “Quarto de despejo” de Carolina Maria de Jesus, 1960. : da invisibilidade à enunciação – uma discussão necessária em tempos de pandemia

It is those who eat who invented hunger* * From the work Quarto de Despejo by Carolina Maria de Jesus, 1960. : from invisibility to enunciation – a much needed discussion in times of pandemic

Quienes inventaron el hambre son los que comen* * De la obra Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus, 1960. : de la invisibilidad a la enunciación – una discusión necesaria en tiempos de pandemia

Este texto tem o objetivo de discutir a importância da enunciação da fome com base na emergência da pandemia de Covid-19. Para tanto, apresenta um breve histórico sobre o uso dos termos fome e (in)segurança alimentar e nutricional, partindo da pioneira experiência brasileira de Josué de Castro e do pressuposto que nomear ou não a ausência regular de comida em quantidade suficiente para manutenção da vida como fome é um ato ético-político, com implicações diretas na construção de programas e políticas públicas para garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Discute a concomitância da fome estrutural e conjuntural, que aponta para a nomeação da fome, não somente como conceito, mas como experiência, um dos caminhos de resistência para os conceitos técnicos, as teorias conformistas ou as produções colonialistas daqueles que comem.

Palavras-chave
Fome; Alimentação; Sociedade; Segurança alimentar e nutricional; Pandemia


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