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Maternidade, ciência e pandemia: um apelo urgente à ação!

RESUMO

Historicamente, as mulheres foram submetidas às regras da sociedade patriarcal e às atribuições injustas de uma divisão sexual do trabalho. A transição feminina da esfera doméstica para ingressar na força de trabalho não ocorreu com igual divisão do trabalho em casa, o que vem ocorrendo recentemente em pequena escala. No campo da ciência, as mulheres sempre tiveram que enfrentar os preconceitos e a misoginia desta sociedade patriarcal. Portanto, o sucesso acadêmico feminino é desproporcional ao dos homens. Ter filhos também tem um papel significativo no número decrescente de mulheres em carreiras científicas avançadas e, assim, fica claro que as desigualdades nas condições de um amplo desenvolvimento da carreira acadêmica resultam em uma sobreposição de fragilidades impostas especialmente à carreira das mães-cientistas. Muitos cientistas tiveram que mudar suas rotinas e relações de trabalho em resposta à pandemia do COVID-19 e estão se adaptando a essa nova realidade de trabalho remoto. Enquanto isso, mães-cientistas, especialmente com crianças pequenas, estão enfrentando situações desafiadoras. Nos últimos anos, as mulheres vêm alcançando ações coletivas para tratar e resolver injustiças no campo da ciência e não podemos permitir que essa pandemia nos instale retrocessos irreparáveis. Aqui, trazemos à luz os problemas que as mães-cientistas estão enfrentando durante a pandemia de COVID-19 e chamamos a atenção para as perdas que ocorrerão se não tomarmos uma ação urgente.

Palavras-chave:
coronavírus; desigualdade de gênero; mães acadêmicas

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