O gênero Geastrum (Geastraceae, Basidiomycota) na Mata Atlântica baiana: novas ocorrências e checklist para o Nordeste do Brasil

ABSTRACT

Geastrum is a genus of gasteroid fungi characterized by a star-like basidiome and a bellows mechanism for releasing spores. The genus is represented by 41 species in the Brazilian northeast region. In the State of Bahia only seven species are known. The objective of this work is to describe the new occurrences of Geastrum for the State. Geastrum argentinum represents the first record for northeastern Brazil; G. brunneocapilatum, G. entomophilum, G. lloydianum and G. triplex represent the first record for Bahia State funga. Descriptions, photos of the species and checklist for northeastern Brazil are presented.

Keywords:
brazilian funga; earth star; gasteroid fungi; Geastrales; neotropical fungi

RESUMO

Geastrum é um gênero de fungos gasteroides que se caracteriza pelo basidioma semelhante a estrelas com mecanismo de fole para liberação dos esporos. O gênero está representado por 43 espécies na região nordeste brasileira. No Estado da Bahia apenas oito espécies são conhecidas. O objetivo deste trabalho é descrever as novas ocorrências de Geastrum para Bahia. Geastrum argentinum representa o primeiro registro para o nordeste brasileiro; G. brunneocapilatum, G. entomophilum, G. lloydianum e G. triplex representam primeiro registro para a funga baiana. Descrições, foto das espécies e lista de ocorrências para o Nordeste do Brasil são apresentadas.

Palavras-chave:
estrelas-da-terra; funga brasileira; fungos gasteroides; fungos neotropicais; Geastrales

Introdução

Geastraceae Corda é a família tipo da ordem Geastrales K. Hosaka & Castellano e apesar de não possuir uma sinapomorfia que a caracterize, especula-se que a rizomorfa seja uma estrutura que possa abrigar características para distinguir o clado Geastraceae (Agarer 2006, Hosaka et al. 2006). Quanto aos membros da família Geastraceae, estes são facilmente reconhecidos pelos basidiomas semelhantes a estrelas, o que ocorre pela deiscência do exoperídio, sendo popularmente chamados fungos estrelas-da-terra, com endoperídio de aspecto globoso liberando os esporos pelo mecanismo de fole.

Com base em estudos moleculares recentes, essa família é composta pelos gêneros Geastrum Pers. eMyriostoma Desv. (Zamora et al. 2014; Sousa 2019). Esses gêneros se aproximam filogenéticamente pelo basidioma expandido pluriestratificado, e se diferenciam pela presença de um único ostíolo e pedicelo em Geastrum e vários em Myriostoma ( Sunhede 1989). Os basidiomas imaturos de Geastrum podem ser encontrados crescendo sobre (epígeo) ou sob (hipógeo) o substrato, podendo ou não apresentar uma camada de micélio que pode variar de fina a espessa, chamada subículo; podem possuir aspecto globoso, subgloboso, ovóide, depresso-globoso, lageniforme ou irregular (Accioly et al. 2019).

Nos últimos dez anos diversos trabalhos têm ampliado a distribuição das espécies do gênero Geastrum para a região Nordeste do Brasil, totalizando 40 espécies (Flora e Funga do Brasil 2023), sendo que destas 19 foram descritas como novas espécies para a ciência ( Baseia et al. 2003, Fazolino et al. 2008, Silva et al. 2013, Cabral et al. 2014, Sousa et al. 2015, Crous et al. 2016, Crous et al. 2017, Crous et al. 2018a, Crous et al. 2018b, Accioly et al. 2019, Crous et al. 2019, Sousa et al. 2019a, Crous et al. 2020). Apesar de ser o maior Estado do Nordeste e o único do Brasil a possuir cinco biomas (Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Restinga e o bioma marinho (SEMA 2008) a Bahia possui o registro de apenas oito espécies de Geastrum, todas ocorrendo em áreas de Mata Atlântica. Originalmente, 36% da área total do Estado era ocupado por este bioma ( Campos 1912), contudo, devido a séculos de desmatamento, a área atualmente ocupada corresponde a 1/6 desse valor, algo em torno de 35.000ha (SOSMA 2016). Dessa forma este trabalho visa ampliar o conhecimento do gênero Geastrum no Estado da Bahia.

Materiais e métodos

Área de estudo - Expedições foram realizadas no Estado da Bahia, Brasil (Figura 1), durante as estações chuvosas de 2017 a 2021, nos municípios de Elísio Medrado e Santa Teresinha (Serra da Jiboia - Floresta Ombrófila), Arataca (Fazenda Terra Vista - Floresta Estacional Semidecídual) e Salvador (Floresta Ombrófila - Ambiente Antropizado). Foram registrados dados relacionados ao número de basidiomas, fitofisionomia de ocorrência e substrato onde os espécimes foram coletados.

Coleta e análise dos espécimes - Basidiomas foram fotografados no campo, para registrar as cores e características do peristômio e perídio. Para a análise macroscópica, seguiu Sunhede (1989), Calonge (1998), Zamora et al. (2014a) e Accioly et al. (2019). As medidas das macroestruturas foram obtidas de espécimes frescos, usando um paquímetro digital. As cores foram padronizadas de acordo com a tabela de cores de Küppers (2002). Os exemplares foram desidratados a 40°C em desidratador de alimentos domésticos da marca Fun Kitchen, modelo FD-880A, por no mínimo 12 horas, ou até estar completamente desidratado. Após a secagem, o material foi acondicionado em sacos com fecho hermético e depositado no Herbário Alexandre Leal Costa (ALCB), no Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Brasil.

Figura 1:
Mapa indicando os munícipios e biomas das espécies estudadas. Sistema de coordenadas geográficas: Datum SIRGAS 2000.

Análise das microestruturas - Foram preparadas lâminas para analisar a composição citológica das macroestruturas como rizomorfas, exoperídio, endoperídio e himênio. As células foram analisadas em um microscópio óptico Olympus CX31 e medidas com um retículo acoplado às lentes do microscópio. As lâminas foram feitas utilizando água para material fresco e KOH 5% para material herborizado, e corante vermelho Congo para melhor visualização das estruturas hialinas, quando necessário ( Silva et al. 2014). Para uma melhor visualização da ornamentação dos basidiósporos, foram realizadas sessões de microscopia eletrônica de varredura no Laboratório de Microscopia Eletrônica (LAMUME) do Instituto Física da Universidade Federal da Bahia. Foi padronizado o número de 30 células aleatórias para a obtenção das medidas de todas as microestruturas estudadas

Resultados

Após as análises, sete espécies de Geastrum foram identificadas: Geastrum argentinum Spegazzini , G. brunneocapillatum J.O. Sousa, Accioly, M.P. Martín & Baseia , G. entomophilum Fazolino, Calonge & Baseia , G. lageniforme Vittad , G. lanuginosum R.V.B. Araújo, J.O. Sousa, M.P. Martín, Baseia & B.D.B. Silva , G. lloydianum Fries e G. triplex Jungh são descritas e comentadas com suas respectivas distribuições no Brasil. Adicionalmente, é apresentada neste trabalho uma checklist para as 43 espécies de Geastrum ocorrentes na região nordeste do Brasil ( tabela 1).

Tabela 1.
Checklist das espécies de Geastrum para o Nordeste brasileiro com suas respectivas localidades, domínios vegetacionais e referências. Table 1. Checklist of Geastrum species for the Brazilian Northeast with their respective localities, vegetation domains and references.

Espécies	Estado de ocorrência	Domínios Fitogeográficos	Referência
Geastrum aculeatum B.D.B.Silva & Baseia	Piauí	Caatinga	Silva et al. (2013)
Geastrum albonigrum Calonge & M. Mata	Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Sousa et al. (2014)
Geastrum albofibrosum R.L. Oliveira, Dourado-Barbosa, R. Cruz, M.P. Martín & Baseia	Paraíba	Caatinga	Crous et al. (2023)
Geastrum argentinum Speg.	Bahia	Mata Atlântica	Presente estudo
Geastrum baculicrystallinum J.O. Sousa, Accioly, Baseia & M.P. Martín	Paraíba	Mata Atlântica	Accioly et al. (2019)
Geastrum brunneocapillatum J.O. Sousa, Accioly, M.P. Martín & Baseia	Bahia, Paraíba	Mata Atlântica	Acciolyet al. (2019), presente estudo
Geastrum caatingense J.O. Sousa, M.P. Martín & Baseia	Paraíba	Caatinga	Sousa et al. (2019a)
Geastrum calycicoriaceum Freitas-Neto, J.O. Sousa, Ovrebo, M.P. Martín & Baseia	Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Crous et al. (2020)
Geastrum caririense R.J. Ferreira, Accioly, S.R. Lacerda, M.P. Martín & Baseia	Ceará	Caatinga	Crous et al. (2017)
Geastrum coronatum Pers.	Pernambuco	Mata Atlântica	Leite et al. (2007)
Geastrum echinulatum T.S. Cabral, B.D.B. Silva & Baseia	Bahia	Mata Atlântica	Silva et al. (2013)
Geastrum elegans Vittad.	Pernambuco	Mata Atlântica	Leiteet al. (2007)
Geastrum entomophilum Fazolino, Calonge & Baseia	Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Fazolino et al. (2008). Trierveiler-Pereira et al. (2011); Trieveiler-Pereira & Baseia (2010); Trierveiler-Pereira et al. (2009); presente estudo.
Geastrum fimbriatum Pers.	Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte	Caatinga; Mata Atlântica	Leite et al. (2007); Trierveiler-Pereira et al. (2009); Trierveiler-Pereira et al. (2011); Sousa et al. (2014a, b).
Geastrum floriforme Fr.	Pernambuco	Caatinga	Souza (2014c).
Geastrum fornicatum (Huds.) Hook.	Pernambuco	Mata Atlântica	Leite et al. (2007).
Geastrum hieronymi Henn.	Bahia, Pernambuco	Caatinga; Mata Atlântica	Leite et al. (2007); Trierveiler-Pereira et al. (2009).
Geastrum hirsutum Baseia & Calonge	Paraíba, Pernambuco	Mata Atlântica	Baseia & Calonge (2006); Sousa et al. (2014a).
Geastrum javanicum Lév.	Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Trierveiler-Pereira et al. (2011); Sousa et al. (2014b).
Geastrum laevisporum J.O.Sousa & Baseia	Paraíba	Caatinga	Sousa et al. (2015).
Geastrum lageniforme Vittad.	Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte	Caatinga; Mata Atlântica	Trierveiler-Pereira et al. (2009). Trierveiler-Pereira et al. (2011); Sousa et al. (2014b); Presente estudo.
Geastrum lanuginosum R.V.B. Araújo, J.O. Sousa, M.P. Martín, Baseia & B.D.B Silva	Bahia	Mata Atlântica	Crous et al (2019).
Geastrum lloydianum Rick	Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte	Caatinga; Mata Atlântica	Trierveiler-Pereira et al. (2011); Sousa et al. (2014b); Presente estudo.
Geastrum magnosporum J.O. Sousa, B.D.B. Silva, P. Marinho, M.P. Martín & Baseia	Paraíba	Mata Atlântica	Crous et al (2018a).
Geastrum minimum Schwein.	Rio Grande do Norte	Caatinga	Sousa et al. (2014b).
Geastrum morganii Lloyd	Rio Grande do Norte	Caatinga; Mata Atlântica	Sousa et al. (2014d).
Geastrum neoamericanum J.O. Sousa, Accioly, M.P. Martín & Baseia	Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Accioly et al (2019).
Geastrum ovalisporum Calonge & Mor.-Arr	Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Leiteet al. (2007).
Geastrum parvistellum J.O. Sousa, M.P. Martín & Baseia	Paraíba	Caatinga	Sousa et al. (2019a).
Geastrum pectinatum Pers.	Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte	Caatinga; Mata Atlântica	Baseia et al. (2003); Sousa et al. (2014b).
Geastrum piquiriunense Accioly, A.A. Lima, J.O. Sousa, M.P. Martín & Baseia	Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Crous et al. (2018b).
Geastrum pusillipilosum J.O. Sousa, Alfredo, R.J. Ferreira, M.P Martín & Baseia	Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Crous et al. (2016).
Geastrum quadrifidum DC. ex Pers.	Rio Grande do Norte	Caatinga; Mata Atlântica	Sousaet al. (2014d).
Geastrum rubellum P.-A. Moreau & C. Lècuru.	Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Accioly et al. (2019).
Geastrum rubropusillum J.O. Sousa, Accioly, M.P. Martín & Baseia	Paraíba	Mata Atlântica	Accioly et al. (2019).
Geastrum rusticum Baseia I.G., B.D.B. Silva & T.S. Cabral	Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Cabral et al. (2014); Sousa et al. (2014b).
Geastrum saccatum Fr.	Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Trierveiler-Pereira, et al. (2009); Trierveiler-Pereira et al. (2011); Sousa et al. (2014a).
Geastrum schweinitzii (Berk. & M.A. Curtis) Zeller	Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Trievelier-Pereira et al. (2009, Trievelier-Pereira et al. (2011), Leite et al. (2007); Baseia et al. (2003)
Geastrum setiferum Baseia	Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Trievelier-Pereira et al. (2011), Baseia et al. (2003), Leite et al. (2007), Sousa et al. (2014b)
Geastrum triplex Jungh	Bahia, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte	Mata Atlântica	Trievelier-Pereira et al. (2011), Baseia et al. (2003), Leiteet al. (2007), Sousa et al. (2014b), presente estudo
Geastrum tupiense J.O. Sousa, Freitas-Neto & Baseia	Paraíba	Mata Atlântica	Freitas et al. (2023)
Geastrum violaceum Rick	Paraíba	Mata Atlântica	Sousa et al. (2014c)
Geastrum xerophilum Long ex Desjardim	Pernambuco, Rio Grande do Norte	Caatinga	Silva et al. (2011), Sousa et al. (2014c)

Taxonomia

Geastrum argentinum Spegazzini Anal. Mus. nac. Hist. nat. B. Aires 6: 193 (1898).

Figura 2

Figura 2.
Geastrum argentinum Spegazzini. a. Basidioma expandido (escala = 1,5mm). b. Camada micelial efêmera (escala = 1,5mm). c. Hifa de ponta inflada da camada micelial externa (escala = 5µm). d. Esporos em MEV (escala = 1µm) . Fotos por Áureo Pires & LAMUME.

Descrição: Basidiomas imaturos epígeos, gregários, 12,3-20 mm alt. × 13,6-25,5 mm larg., globosos a subglobosos, ápice arredondado, superfície não incrustada, coriácea, avermelhados (N₆₀Y₆₀M₉₀). Subículo espesso, branco (N₀₀M₀₀C₀₀). Rizomorfa presente. Basidioma expandido saculiforme, 12,5-23,4 mm alt. (incluindo peristômio) × 17,4-34,2 mm larg. Exoperídio dividido em 4-7 raios planos a revolutos, não higroscópico. Camada micelial não incrustada, coriácea, efêmera, dupla, camada externa marrom avermelhada (N₄₀Y₃₀M₃₀) composta por hifas com dilatação terminal globosa a elipsoide, 7,5-25 μm alt. × 7,5-17,5 μm larg., hialina, camada interna branco amarelada (N₆₀Y₉₀M₆₀), hifas medindo 1,5-9 μm diâm., marrom alaranjado (N₅₀Y₉₀M₂₀). Camada fibrosa papirácea, branco amarelada (N₁₀Y₁₀M₂₀), hifas medindo 2-4 μm diâm., hialina. Camada pseudoparenquimatosa persistente, rimosa, formando colar em basidiomas mais velhos, rosada (N₄₀Y₀₀M₆₀), hifas medindo 10-20 μm alt. × 15-25 μm larg., vermelho alaranjado (N₅₀Y₈₀M₆₀). Endoperídio globoso, séssil, superfície glabra, preto acinzentado (N₄₀Y₀₀M₀₀). Pedicelo ausente. Apófise ausente. Peristômio fibriloso, não delimitado, cônico a achatado. Basídios subglobosos a lageniformes 5-20 μm alt. × 5-12 μm larg. Basidiosporos globosos, 4-6 μm alt. × 3-5 μm larg., marrom claro (N₅₀Y₉₀M₄₀). Eucapilícios de paredes finas, sinuosos, superfície não incrustada, não ramificada, lúmen evidente, 3-5 μm diâm., bege esverdeado (N₅₀Y₆₀M₃₀).

Habitat: Floresta ombrófila, ambiente antropizado, crescendo gregário sobre o folhiço.

Material examinado: BRASIL. Bahia: Salvador, Universidade Federal da Bahia, campus Ondina, 13°00’05’’S 38°30’31’’W, 07-V-2019, A.B. Pires, D.B. Affonseca, (ALCB 133055).

Distribuição no Brasil: São Paulo (Fernandeset al. 2021), Bahia (presente estudo).

Notas: Esta espécie pertence à seçãoExareolata proposta por Zamora et al. (2014a), caracterizada principalmente pela camada micelial dupla, a camada externa constituída por hifas esqueleteas e a camada interna por hifas generativas (Zamora et al. 2014a).Geastrum argentinum pode ser confundido comG. javanicum Lév. devido à camada micelial efêmera com aspecto velutíneo, porém se diferencia deste último pelo peristômio não delimitado emG. argentinum. Outra espécie próxima éG. fimbriatum Fr. que se diferencia pela camada micelial não efêmera e fortemente incrustada com detritos (Zamora et al. 2014b). O material examinado representa a primeira ocorrência da espécie para o Nordeste brasileiro e a segunda para o Brasil.

Geastrum brunneocapillatum J.O. Sousa, Accioly, M.P. Martín & Baseia PLoS ONE 14(2) (2019).

Figura 3a-c

Figura 3.
Geastrum brunneocapillatum J.O. Sousa, Accioly, M.P. Martín & Baseia. a. Basidioma imaturo (escala = 1 mm). b. Basidioma expandido (escala = 1mm). c. Esporos vistos em MEV (escala = 1µm); Geastrum entomophilum Fazolino. Calonge & Baseia . d. Basidioma imaturo (escala = 1,5mm). e. Basidioma expandido (escala = 2 mm). f. Esporos vistos em microscópio óptico (escala = 5µm) . Fotos por Ruane Vasconcelos, LAMUME, Mateus Ribeiro & Áureo Pires.

Descrição: Basidioma imaturo epígeo, solitário, 14-38 mm alt. × 11-38 mm larg., globoso, ápice arredondado, superfície não incrustada, hirsuta, pelos compridos e espaçados, marrom avermelhado (N₄₀Y₇₀M₇₀). Rizomorfa presente no imaturo, não incrustada. Basidioma expandido saculiforme 8,6-12,66 mm alt. (incluindo peristômio) × 11,34-13,73 mm larg. Exoperídio dividido em 5-6 raios, levemente revolutos, não higroscópico. Camada micelial não incrustada, hirsuta, 3-6 μm diâm., marrom avermelhado (N₄₀Y₇₀M₇₀). Camada fibrosa papirácea, 2-5 μm diâm, amarelado (N₅₀Y₆₀M₄₀). Camada pseudoparenquimatosa persistente, 13-50 μm alt. × 15-56 μm larg., marrom esbranquiçado (N₁₀Y₆₀M₃₀). Endoperídio globoso, séssil, superfície glabra, marrom (N₁₀Y₂₀M₁₀). Pedicelo ausente. Apófise ausente. Peristômio fibriloso, levemente delimitado. Basidiósporos globosos a subglobosos, 3 μm alt. × 3 μm larg. Eucapilícios de paredes finas, retas, superfície não incrustada, não ramificada, lúmen evidente, 2-4 μm diâm.

Habitat: Floresta ombrófila, crescendo sobre o folhiço.

Material examinado: BRASIL. Bahia: Elísio Medrado, Serra da Jiboia,12º52’60’’S 39º28’46’’W, 17-VI-2017, B.D.B. Silva, R.R. Fermiano, R.V.B. Araújo, M.S. Silva, (ALCB 048984).

Distribuição no Brasil: Paraíba (Acciolyet al. 2019), Bahia (presente estudo).

Notas:Geastrum brunneocapillatum pertence a seçãoMyceliostroma, subseçãoEpigaea proposta por Zamora e colaboradores (2014a). Esta é uma espécie recém descrita para o Estado da Paraíba, e apresenta proximidade comG. pusillipilosum J.O. Sousa, Alfredo, R.J. Ferreira, M.P. Martín & Baseia eG. hisurtum Baseia & Calonge, sendo considerada uma espécie semicríptica. Diferencia-se da primeira pelo tamanho dos pelos (até 2mm) e pela distribuição esparsa dos mesmos; e da segunda pelos basidiosporos um pouco maiores, medindo 3 μm alt. × 3 μm larg. O material estudado caracteriza a primeira ocorrência para o Estado da Bahia e a segunda para o Brasil.

Geastrum entomophilumFazolino, Calonge & Baseia, Mycotaxon 104: 450 (2008)

Figura 3 d-f

Descrição: Basidioma Imaturo semi-hipógeo, gregário, 10,8 mm alt. × 16,9 mm larg. depresso-globoso, ápice arredondado, superfície incrustada, papirácea, branca (N₀₀C₀₀Y₀₀). Súbiculo presente, branco acinzentado (N₁₀Y₁₀M₀₀). Rizomorfa ausente. Basidioma Expandido arqueado, 10,8-27,5 mm alt. (incluindo peristômio) × 20,5-38 mm larg. Exoperídio dividido em 5 raios, arqueados, não higroscópicos. Camada Micelial incrustada, papirácea, persistente, branco creme (N₂₀C₀₀Y₁₀), hifas medindo 1,5-2,5 μm diâm., paredes finas, não incrustadas, lúmen não evidente, hialino esverdeadas (N₁₀C₁₀Y₃₀). Camada Fibrosa papirácea, marrom claro acinzentado (N₅₀Y₃₀M₁₀), hifas medindo 2-4 μm diâm., retas, paredes finas, sem incrustações, ramificada, lúmen evidente, hialina. Camada Pseudoparenquimatosa carnosa, persistente, marrom acinzentada (N₇₀Y₃₀M₂₀), hifas medindo 6-40 μm alt. × 6-26 μm larg., paredes finas, globosas a elipsoides, hialino amarelada (N₀₀C₀₀Y₂₀). Endoperídio globoso, 11,2 mm alt. × 11,6 mm larg., hifas protuberantes, vermiformes, pretas (N₉₉C₀₀Y₀₀). Pedicelo ausente. Apófise ausente. Peristômio fibriloso, não delimitado, cônico. Basidiosporos globosos 3-4 μm alt. × 3-4 μm larg., preto (N₉₉M₉₉C₉₉). Eucapilícios retos, paredes finas, incrustadas, lúmen evidente, 3-5 μm diâm., amarronzado (N₇₀Y₁₀M₁₀).

Habitat: Floresta ombrófila, área antropizada, crescendo sobre folhiço.

Material examinado: BRASIL. Bahia: Salvador, Avenida São Rafael, 12°55’45’’S 38°25’50’’W, 03-IV-2022, M.S. Ribeiro (ALCB141176); Alphaville, 12°56'31.6"S 38°24'00.4"W, 29-V-2022, M.S. Araújo, (ALCB 141177).

Distribuição no Brasil: Paraíba ( Trierveiler-Pereira et al. 2011), Pernambuco (Trierveiler-Pereira et al. 2010, Trierveiler-Pereira et al. 2011), Rio Grande do Norte ( Fazolino et al. 2008), Pará ( Leite et al. 2011), Bahia (presente estudo).

Notas: Segundo analises filogenéticas, Geastrum entomophilum se aproxima de G. hariotii Lloyd, contudo não é enquadrado por Zamora e colaboradores (2014a) em nenhuma seção. G. entomophilum e G. hariotii diferenciam-se morfologicamente pelo peristômio fibriloso no primeiro e sulcado no segundo. Geastrum lloydianum também possui endoperídio escuro e raios arqueados como G. entomophilum, diferenciando-se pelo pedicelo e apófise bem desenvolvidos no primeiro. O material estudado representa a primeira ocorrência da espécie para o Estado da Bahia.

Geastrum lageniforme Vittad. Monogr. Lycoperd. (Torino): 160 (16 of prepr.) (1842).

Figura 4 d-f

Figura 4.
Geastrum lanuginosum R.V.B. Araújo, J.O. Sousa, M.P. Martín, Baseia & B.D.B. Silva. a. Basidioma imaturo (escala = 2 mm). b. Basidioma expandido (escala = 3 mm). c. Esporos em MEV (escala = 1 µm); Geastrum lageniforme Vittadini . d. Basidioma imaturo (escala = 1,5 mm). e. Basidioma expandido (escala = 1 mm) . f. Esporos em MEV (escala = 5 µm). Fotos por Ruane Araújo, Áureo Pires & LAMUME.

Descrição: Basidioma imaturo epígeo, 11-12,5 mm alt. × 10-12,5 mm larg., piriforme, ápice umbonado, superfície não incrustada, papirácea a coriácea, marrom claro (Y₈₀M₄₀C₁₀). Súbiculo não observado. Rizomorfa presente, incrustada. Basidioma expandido saculiforme, 9 mm alt. (incluindo peristômio) × 15-17 mm larg. Exoperídio dividido em 5-9 raios, revolutos, afinados nas pontas com ranhuras longitudinais, não higroscópico. Camada micelial persistente, marrom acinzentada (N₃₀Y₂₀M₁₀), hifas medindo 2-5 μm diâm., paredes finas, não incrustadas, marrom esverdeadas (N₇₀C₀₀Y₉₀) Camada fibrosa papirácea, amarelada (Y₇₀M₄₀C₁₀), hifas medindo 4-6,5 μm diâm., sinuosas, verde acinzentadas (N₁₀C₀₀Y₉₀). Camada pseudoparenquimatosa persistente, colar ausente, marrom (Y₃₀M2₀C₀₀), hifas medindo 9-45 μm alt. × 16-30 μm larg., subglobosas a ovais, marrom esverdeadas (N₇₀C₀₀Y₉₀). Endoperídio depresso-globoso, 8,8 mm alt. × 13mm larg., séssil, superfície glabra, bege amarronzado (Y₄₀M₃₀C₂₀). Pedicelo ausente. Apófise ausente. Peristômio fibriloso, delimitado, cônico. Basidiosporos globosos, 3-6 μm alt. × 4-5 μm larg., verde escuro (N₈₀C₀₀Y₉₀). Eucapilícios de paredes finas, retas, superfície não incrustada, ramificado, lúmen evidente, 3-6 μm diâm., bege (N₆₀C₀₀Y₉₀).

Habitat: Floresta ombrófila, crescendo gregário sobre folhiço.

Material examinado: BRASIL. Bahia: Elísio Medrado, Serra da Jiboia, 12º52’06’’S 39º28’46’’W, 17VI-2017, B.D.B. Silva, R.R. Fermiano, R.V.B. Araújo, M.S. Silva, (ALCB 048996, ALCB 048963). BRASIL. Bahia: Rio de Contas, Engenho Novo, 13°36’33’’S 41°40’54’’W, 26-XII-21, A.B. Pires, (ALCB 141178).

Distribuição no Brasil: Bahia (Trievelier-Pereira et al. 2009, presente estudo), Pernambuco (Trievelier-Pereira et al. 2011), Rio de Janeiro (Hennings 1904), Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte ( Sousa et al. 2014b), Rio Grande do Sul ( Cortez et al. 2008).

Notas: Geastrum lageniforme pertence a seção Corollina, subseção Lageniformia (Zamora et al. 2014a), sendo comumente confundida com G. saccatum Fr. e G. triplex, devido a semelhança na morfologia de seus basidiomas. As três espécies apresentam basidioma expandido sacado, peristômio bem delimitado e camada micelial sem incrustações. No entanto, G. lageniforme pode ser diferenciado pela presença de raios aracnoides com ranhuras longitudinais e G. triplex pela presença de um distinto colar formado pela camada pseudoparenquimatosa e raios involutos (Sunhede 1989), ambas características ausentes em G. lageniforme. Outra característica taxonômica que pode ser observada para separar essas espécies é a presença dos cristais de oxalato de cálcio presentes na rizomorfa, onde G. lageniforme apresenta cristais com formato de chifre, G. saccatum apresenta cristais aciculares e G. triplex apresenta cristais semelhantes a rosas. (Zamora et al. 2013). Essa espécie foi registrada pela primeira vez para o Estado da Bahia no município de Uruçuca (Trierveiler-Pereira et al. 2009). Com este estudo a ocorrência de G. lageniforme é ampliada para os domínios de Mata Atlântica e Caatinga, nos municípios Elísio Medrado e Rio de Contas, respectivamente.

Geastrum lanuginosum R.V.B. Araújo, J.O. Sousa, M.P. Martín, Baseia & B.D.B. Silva, Crous et al., Persoonia 43: 365 (2019).

Figura 4 a-c

Descrição: Basidioma Imaturo epígeo, 6-14,8 mm alt. × 6,8-12,7 mm larg., globoso, ápice arredondado, superfície não incrustada, cotonosa, marrom claro (Y₅₀M₃₀C₃₀). Súbiculo branco (N₀₀M₀₀C₀₀). Rizomorfa presente, incrustada. Basidioma Expandido saculiforme, 8,4-22,9 mm alt. (incluindo peristômio) × 20,2-51,1 mm larg. Exoperídio dividido em 4-7 raios arqueados, não higroscópico. Camada Micelial não incrustada, cotonosa, persistente, marrom (N₇₀Y₆₀M₄₀), hifas medindo 6-14 μm diâm., paredes grossas medindo 1-4 μm larg., incrustada, não ramificada, lúmen evidente, extremidade acuminada-estrangulada, amarelo limão (N₁₀Y₅₀M₀₀). Camada Fibrosa coriácea, bege-amarelado (N₀₀Y₅₀M₂₀), hifas medindo 1-3 μm diâm., não ramificadas, lúmen evidente, hialino. Camada Pseudoparenquimatosa persistente, colar ausente, branca (N₀₀C₀₀Y₀₀), hifas medindo 25-76 μm alt. × 25-59 μm larg., globosas a elipsoides, hialinas. Endoperídio globoso, 4-8 mm alt. × 9,4-14,7 mm larg., superfície glabra, marrom clara (Y₄₀M₃₀C₃₀). Pedicelo ausente. Apófise ausente. Peristômio fibriloso, não delimitado, mamiforme, concolor ao endoperídio. Basidiosporos globosos, 3-4 μm alt. × 3 μm larg., bege claro (N₂₀Y₃₀M₁₀). Eucapilícios de paredes finas, retas, superfície incrustada, não ramificada, lúmen evidente, 3-5 μm diâm., amarelo alaranjado (N₀₀Y₅₀M₁₀).

Habitat: Floresta ombrófila, ambiente antropizado, crescendo gregário sobre o folhiço e madeira.

Material examinado: BRASIL. Bahia: Salvador, Campus Ondina, Universidade Federal da Bahia, 13°00'17.8"S 38°30'36.7"W, 29-V-2017, B.D.B. Silva, R.R. Fermiano, (ALCB 141179).

Distribuição no Brasil: Bahia (Crous et al. 2019, presente estudo).

Notas: Esta espécie está incluída filogenética e morfologicamente na seção Exareolata proposta por Zamora e colaboradores (2014a). Geastrum lanuginosum se assemelha a G. rufescens Pers. devido a camada micelial única e peristômio não delimitado, contudo a camada micelial do primeiro não é incrustada. G. lanuginosum se aproxima morfológica e filogeneticamente de G. argentinum, compartilhando características como peristômio fibriloso não delimitado e camada micelial livre de incrustações, contudo no primeiro a camada micelial é única e persistente, enquanto no segundo é dupla e efêmera. Na descrição original não foram incluídas as medidas das hifas da camada micelial, sendo essas inseridas no presente estudo. Este é o segundo registro da espécie para a literatura científica.

Geastrum lloydianum Rick Rev. scienc. nat. Colleg. S. Fiel 5: 27 (1906).

Figura 5a-c

Figura 5.
Geastrum lloydianum Rick. a. Basidioma expandido (escala = 2.5 mm). b. Peristômio sulcado não delimitado (escala = 1 mm). c. Esporos em MEV (escala = 1µm); Geastrum triplex Jungh. d. Basidioma imaturo (escala = 1,25 mm), e. Basidioma expandido (escala = 3 mm). f. Esporos em MEV (escala = 2µm). Fotos por Marcelo Silva, Áureo Pires & LAMUME.

Descrição: Basidioma imaturo semi-hipógeo, gregário, 13 mm alt. × 11 mm larg., globoso, ápice arredondado, superfície incrustada, papirácea, marrom terra (N₂₀Y₂₀M₁₀). Súbiculo ausente. Rizomorfa ausente. Basidioma expandido saculiforme, 12-36 mm alt. (incluindo peristômio) × 20-55 mm larg. Exoperídio dividido em 6-9 raios, arqueados a planos, não higroscópicos. Camada micelial incrustada, papirácea, se desprendendo com a idade, marrom (N₂₀Y₅₀M₃₀), hifas medindo 2-8 μm diâm., amarelo amarronzadas (N₄₀Y₆₀M₁₀). Camada fibrosa papirácea, amarelada (N₃₀Y₅₀M₃₀), hifas medindo 5-7 μm diâm., amareladas (Y₄₀M₀₀C₀₀). Camada pseudoparenquimatosa persistente, rimosa, marrom escuro (N₈₀Y₇₀M₄₀), hifas medindo 25-70 μm alt. × 20-43 μm larg., marrom amareladas (N₄₀Y₇₀M₁₀). Endoperídio globoso, 12-14 mm alt. × 11-20 mm larg., preto (N₈₀Y₀₀M₀₀). Pedicelo presente, bem desenvolvido. Apófise presente, bem desenvolvida, glabra. Peristômio regularmente plicado, não delimitado, cônico. Basidiósporos globosos, 3-5 μm alt. × 3-5 μm larg., amarronzados (N₇₀Y₆₀M₃₀). Eucapilícios de paredes finas, sinuosos, superfície não incrustada, não ramificados, lúmen não evidente, 2-4 μm diâm., concolor com os basidiosporos.

Habitat: Floresta estacional semidecídua.

Material examinado: BRASIL. Bahia: Arataca, Fazenda Terra Vista, 15°14'59"S 39°26'19"W, 19-VII-2018, Á.B. Pires, R.R. Fermiano, (ALCB 133054).

Distribuição no Brasil: Amazonas (Cabral et al. 2014); Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará (Sousa et al. 2014b), Pernambuco (Trierveiler-Pereira et al. 2011), Bahia (presente estudo).

Notas: Geastrum lloydianum pertence a seção Hariotia ( Zamora et al. 2014a) e é caracterizada principalmente pela presença de apófise, pedicelo e peristômio sulcado. As espécies G. elegans Vittad., G. pectinatum Pers. e G. kotlabae V.J. Staněk se aproximam de G. lloydianum pelo peristômio regularmente sulcado, porém nenhuma das três primeiras espécies possui endoperídio escuro (Sousa 2015a). Os basidiomas imaturos de Geastrum lloydianum são hipógeos e, consequentemente, difíceis de serem coletados; tal característica se reflete na literatura cientifica, uma vez que poucos trabalhos apresentam descrições de basidiomas imaturos. O material examinado representa a primeira ocorrência da espécie para o Estado da Bahia.

Geastrum triplex Jungh Tijdschr. Nat. Gesch. Physiol. 7: 287 (1840).

Figura 5 d-f

Descrição: Basidioma imaturo epígeo, 12-44 mm alt. × 20-21 mm larg., piriforme, ápice umbonado, superfície não incrustada, papirácea, amarelo esverdeado (N₆₀Y₄₀M₂₀). Subículo presente, branco (N₀₀Y₀₀M₀₀). Basidioma expandido saculiforme, 7 mm alt. (incluindo peristômio) × 62 mm larg. Exoperídio dividido em 8 raios, arqueado, não higroscópico. Camada micelial não incrustada, papirácea, saindo em pedaços irregulares, marrom amarelados (N₃₀Y₆₀M₁₀), hifas medindo 1-4 μm diâm., paredes finas, ramificadas, lúmen evidente, hialino amareladas (N₃₀Y₇₀M₂₀). Camada fibrosa papirácea, amarelada (N₀₀Y₁₀M₀₀), hifas medindo 3-7 μm diâm., hialino esverdeadas (N₁₀Y₄₀M₀₀). Camada pseudoparenquimatosa persistente, colar presente, bege amarronzado (N₁₀Y₄₀M₀₀), hifas medindo 16-55 μm alt. × 17-56 μm larg., laranja claro (N₅₀Y₆₀M₄₀). Endoperídio depresso-globoso, 7 mm alt. × 25 mm larg., marrom avermelhado (N₅₀Y₄₀M₄₀). Pedicelo ausente. Apófise ausente. Peristômio fimbriado, delimitado, cônico. Columela subglobosa. Basidiósporos globosos, 4-5 μm alt. × 4-5 μm larg., marrom amarelados (N₇₀Y₇₀M₂₀). Eucapilícios de paredes finas, sinuosos, superfície não incrustada, não ramificados, lúmen evidente, 3-6 μm diâm., amarelo esverdeado (N₄₀C₀₀Y₅₀).

Habitat: Floresta ombrófila, crescendo gregário sobre subículo.

Material examinado: BRASIL. Bahia: Elísio Medrado, Serra da Jiboia 12º52’06’’S 39º28’46’’, 17-VI-2017, B.D.B. Silva, R.R. Fermiano, R.V.B. Araújo, M.S. Silva, (ALCB 048993; ALCB048988). BRASIL. Bahia: Elísio Medrado, Serra da Jiboia 12º52’06’’S 39º28’46’’, 17-VII-2017, M.S. Silva, (ALCB 049032, ALCB 049033, ALCB 049034).

Distribuição no Brasil: Amazonas (Cabral et al. 2014); Ceará, Paraíba (Sousa et al. 2014b), Rio Grande do Norte (Leite & Baseia 2007a), Pernambuco (Trierveiler-Pereiraet al. 2011), Rio Grande do Sul (Rick 1961), Paraná (Meijer 2006), Santa Catarina (Sobestiansky 2005), São Paulo (Baseiaet al. 2003); Bahia (presente estudo)

Notas: Geastrum triplex, assim como G. melanocephalum (Czern.) V.J. Staněk, pertence a seção Trichaster, se diferenciando quanto a presença de endoperídio efêmero e pedicelo neste último (Kasuya et al. 2012). Geastrum litchiforme Desjardin & Hemmes e Geastrum fimbriatum podem apresentar um colar formado pela camada pseudoparenquimatosa (Sunhede 1989, Hemmes & Desjardin 2011) contudo não possuem peristômio delimitado. O material estudado representa a primeira ocorrência da espécie para o Estado da Bahia.

Agradecimentos

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo financiamento da pesquisa (Projeto universal CNPQ), Processo 436853/2018-3; à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo financiamento de bolsas; ao Laboratório de Microscopia Eletrônica (LAMUME-UFBA) do setor de Física da Universidade Federal da Bahia, pela realização das MEVs; à Marcelo Silva Aráujo, pela coleta da espécie Geastrum entomophilum.

Literatura citada

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• Crous, P.W., Wingfield, M.J., Burgess, St. J. Hardy, G.E., Gené, J., Guarro, J., Baseia, I.G., García, D., Gusmão, L.F.P., Souza-Motta, C.M., Thangavel, R., Adamčík, S., Barili, A., Barnes, C.W., Bezerra, J.D.P., Bordallo, J.J., Cano-Lira, J.F., de Oliveira, R.J.V., Ercole, E., Hubka, V., Iturrieta-González, I., Kubátová, A., Martín, M.P., Moreau, P.-A., Morte, A., Ordoñez, M.E., Rodríguez, A., Stchigel, A.M., Vizzini, A., Abdollahzadeh, J., Abreu, V.P., Adamčíková, K., Albuquerque, G.M.R., Alexandrova, A.V., Álvarez Duarte, E., Armstrong-Cho, C., Banniza, S., Barbosa, R.N., Bellanger, J.-M., Bezerra, J.L., Cabral, T.S., Caboň, M., Caicedo, E., Cantillo, T., Carnegie, A.J., Carmo, L.T., Castañeda-Ruiz, R.F., Clement, C.R., Čmoková, A., Conceição, L.B., Cruz, R.H.S.F., Damm, U., da Silva, B.D.B., da Silva, G.A., da Silva, R.M.F., de A Santiago, A.L.C.M., de Oliveira, L.F., de Souza, C.A.F., Déniel, F., Dima, B., Dong, G., Edwards, J., Félix, C.R., Fournier, J., Gibertoni, T.B., Hosaka, K., Iturriaga, T., Jadan, M., Jany, J.-L., Jurjević, Ž., Kolařík, M., Kušan, I., Landell, M.F., Leite Cordeiro, T.R., Lima, D.X., Loizides, M., Luo, S., Machado, A.R., Madrid, H., Magalhães, O.M.C., Marinho, P., Matočec, N., Mešić, A., Miller, A.N., Morozova, O.V., Neves, R.P., Nonaka, K., Nováková, A., Oberlies, N.H., Oliveira-Filho, J.R.C., Oliveira, T.G.L., Papp, V., Pereira, O.L., Perrone, G., Peterson, S.W., Pham, T.H.G., Raja, H.A., Raudabaugh, D.B., Řehulka, J., Rodríguez-Andrade, E., Saba, M., Schauflerová, A., Shivas, R.G., Simonimi, G., Siqueira, J.P.Z., Sousa, J.O., Stajsic, V., Svetasheva, T., Tan, Y.P., Tkalčec, Z., Ullah, S., Valente, P., Valenzuela-Lopes, N., Abrinbana, M., Viana Marques, D.A., Wong, P.T.W., Xavier de Lima, V. & Groenwald, J.Z. 2018a. Fungal Planet description sheets. Persoonia 40: 716-784.
• Crous, P.W., Luangsa-Ard, J.J., Wingfield, M.J., Carnegie, A.J., Hernández-Restrepo, M., Lombard, L., Roux, J., Barreto, R.W., Baseia, I.G., Cano-Lira, J.F., Martín, M.P., Morozova, O.V., Stchigel, A.M., Summerell1, B.A., Brandrud, T.E., Dima, B., García, D., Giraldo, A., Guarro, J., Gusmão, L.F.P., Khamsuntorn, P., Noordeloo, M.E., Nuankaew, S., Pinruan, U., Rodríguez-Andrade, E., Souza-Motta, C.M., Thangavel, R., Van Iperen, A.L., Abreu, V.P., Accioly, T., Alves, J.L., Andrade, J.P., Bahram, M., Baral, H.O., Barbier, E., Barnes, C.W., Bendiksen, E., Bernard, E., Bezerra, J.D.P., Bezerra, J.L., Bizio, E., Blair, J.E., Bulyonkova, T.M., Cabral, T.S., Caiafa, M.V., Cantillo, T., Colmán, A.A., Conceição, L.B., Cruz, S., Cunha, A.O.B., Darveaux, B.A., Silva, A.L. da, Silva, G.A. da, Silva, G.M. da, Silva, R.M.F. da, Oliveira, R.J.V. de, Oliveira, R.L., Souza, J.T. de, Dueñas, M., Evans, H.C., Epifani, F., Felipe, M.T.C., Fernández-López, J., Ferreira, B.W., Figueiredo, C.N., Filippova, N.V., Flores, J.A., Gené, J., Ghorbani, G., Gibertoni, T.B., Glushakova, A.M., Healy, R., Huhndorf, S.M., Iturrieta-González, I., Javan-Nikkhah, M., Juciano, R.F., Jurjević, Ž., Kachalkin, A.V., Keochanpheng, K., Krisai-Greilhuber, I., Li, Y.C., Lima, A.A., Machado, A.R., Madrid, H., Magalhães, O.M.C., Marbach, P A.S, Melanda, G.C.S., Miller, A.N., Mongkolsamrit, S., Nascimento, R.P., Oliveira, T.G L., Ordoñez, M.E., Orzes, R., Palma, M.A, Pearce, C.J., Pereira, O.L., Perrone, G., Peterson, V., Pham, T.H.G., Piontelli, E., Pordel, A., Quijada, L., Raja, H.A., Rosas De Paz, E., Ryvarden, L., Saitt, A., Salcedo, S.S., Sandoval-Denis, M., Santos, T.A.B., Seifert, K.A., da Silva, B.D.B., Smith, M.E., Soares, A.M., Sommai, S., Sousa, J.O., Suetrong, S., Susca, A., Tedersoo, L., Telleria, M.T., Thanakitpipattana, D., Valenzuela-Lopez, N., Visagie, C.M., Zapata, M. & Groenewald, J.Z. 2018b. Fungal Planet Description Sheets: 785- 867. Persoonia 41: 238-417.
• Crous, P.W., Wingfield, M.J., Lombard, L., Roets, F., Swart, W.J., Alvarado, P., Carnegie, A.J., Moreno, G., Luangsaard, J., Thangavel, R., Alexandrova, A.V., Baseia, I.G., Bellanger, J.-M., Bessette, A.E., Bessette, A.R., Peña-Lastra, S., García, D., Gené, J., Pham, T.H.G., Heykoop, M., Malysheva, E., Malysheva, V., Martín, M.P., Morozova, O.V., Noisripoom, W., Overton, B.E. Rea, A.E., Sewall, B.J., Smith, M.E., Smyth, C.W., Tasanathai, K., Visagie, C.M., Adamčík, S., Alves, A., Andrade, J.P., Aninat, M.J., Araújo, R.V.B., Bordallo, J.J., Boufleur, T., Baroncelli, R., Barreto, R.W., Bolin, J., Cabero, J., Caboň, M., Cafà, G., Caffot, M.L.H., Cai, L., Carlavilla, J.R., Chávez, R., Castro, R.R.L., Delgat, L., Deschuyteneer, D., Dios, M.M., Domínguez, L.S., Evans, H.C., Eyssartier, G., Ferreira, B.W., Figueiredo, C.N., Liu, F., Fournier, J., Galli-Terasawa, L.V., Gil-Durán, C., Glienke, C., Gonçalves, M.F.M., Gryta, H., Guarro, J., Himaman, W., Hywel-Jones, N., Iturrieta-González, I., Ivanushkina, N.E., Jargeat, P., Khalid, A.N., Khan, J., Kiran, M., Kiss, L., Kochkina, G.A., Kolařík, M., Kubátová, A., Lodge, D.J., Loizides, M., Luque, D., Manjón, J.L., Marbach, P.A.S., Massola, N.S., Mata, M., Miller, A.N., Mongkolsamrit, S., Moreau, P-A., Morte, A., Mujic, A., Navarro-Ródenas, A., Németh, M.Z., Nóbrega, T.F., Nováková, A., Olariaga, I., Ozerskaya, S.M., Palma, M.A., Petters-Vandresen, D.A.L., Piontelli, E., Popov, E.S., Rodríguez, A., Requejo, Ó., Rodrigues, A.C.M., Rong, I.H., Roux, J., Seifert, K.A., Silva, B.D.B, Sklenář, F., Smith, J.A., Sousa, J.O., Souza, H.G., De Souza, J.T., Švec, K., Tanchaud, P., Tanney, J.B., Terasawa, F., Thanakitpipattana, D., Torres-Garcia, D., Vaca, I., Vaghefi, N., van Iperen, A.L., Vasilenko, O.V., Verbeken, A., Yilmaz, N., Zamora, J.C., Zapata, M., Jurjević, Ž. & Groenewald, J.Z. 2019. Fungal Planet Description Sheets. Persoonia 43: 951-1041.
• Crous, P.W., Crous, P.W., Wingfield, M.J., Chooi, Y.-H., Gilchrist, C.L.M., Lacey, E., Pitt, J.I., Roets, F., Swart, W.J., Cano-Lira, J.F., Valenzuela-Lopez, N., Hubka, V., Shivas, R.G., Stchigel, A.M., Holdom, D.G., Jurjević, Ž., Kachalkin, A.V., Lebel, Y., Lock, C., Martín, M.P., Tan, Y.P., Tomashevskaya, M.A., Vitelli, J.S., Baseia, I.G., Bhatt, V.K., Brandrud, T.E., De Souza, J.T., Dima, B., Lacey, H.J., Lombard, L., Johnston, P.R., Morte, A., Papp, V., Rodríguez, A., Rodríguez-Andrade, E., Semwal, K.C., Tegart, L., Abad, Z.G., Akulov, A., Alvarado, P., Alves, A., Andrade, J.P., Arenas, F., Asenjo, C., Ballarà, J., Barrett, M.D., Berná, L.M., Berraf-Tebbal, A., Bianchinotti, M.V., Bransgrove, K., Burgess, T.I., Carmo, F.S., Chávez, R., Čmoková, A., Dearnaley, J.D.W., Santiago, A.L.C.M. de A., Freitas-Neto, J.F., Denman, S., Douglas, B., Dovana, F., Eichmeier, A., Esteve-Raventós, F., Farid, A., Fedosova, A.G., Ferisin, G., Ferreira, R.J., Ferrer, A., Figueiredo, C.N., Figueiredo, Y.F., Reinoso-Fuentealba, C.G., Garrido-Benavent, I., Cañete-Gibas, C.F., Gil-Durán, C., Glushakova, A.M., Gonçalves, M.F.M., González, M., Gorczak, M., Gorton, C., Guard, F.E., Guarnizo, A.L., Guarro, J., Gutiérrez, M., Hamal, P., Hien, L.T., Hocking, A.D., Houbraken, J., Hunter, G.C., Inácio, C.A., Jourdan, M., Kapitonov, V.I., Kelly, L., Khanh, T.N., Kisło, K., Kiss, L., Kiyashko, A., Kolařík, M., Kruse, J., Kubátová, A., Kučera, V., Kučerová, I., Kušan, I., Lee, H.B., Levicán, G., Lewis, A., Liem, N.V., Liimatainen, K., Lim, H.J., Lyons, M.N., Maciá-Vicente, J.G., Magaña-Dueñas, V., Mahiques, R., Malysheva, E.F., Marbach, P.A.S., Marinho, P., Matočec, N., McTaggart, A.R., Mešić, A., Morin, L., Muñoz-Mohedano, J.M., Navarro-Ródenas, A., Nicolli, C.P., Oliveira, R.L., Otsing, E., Ovrebo, C.L., Pankratov, T.A., Paños, A., Paz-Conde, A., Pérez-Sierra, A., Phosri, C., Pintos, Á., Pošta, A., Prencipe, S., Rubio, E., Saitta, A., Sales, L.S., Sanhueza, L., Shuttleworth, L.A., Smith, J., Smith, M.E., Spadaro, D., Spetik, M., Sochor, M., Sochorová, Z., Sousa, J.O., Suwannasai, N., Tedersoo, L., Thanh, H.M., Thao, L.D., Tkalčec, Z., Vaghefi, N., Venzhik, A.S., Verbeken, A., Vizzini, A., Voyron, S., Wainhouse, M., Whalley, A.J.S., Wrzosek, M., Zapata, M., Zeil-Rolfe, I. & Groenewald, J.Z. 2020. Fungal Planet description sheets. Persoonia 44: 1042-1111.
• Crous, P.W., Osieck, E.R., Shivas, R.G., Tan, Y.P., Bishop-Hurley, S.L., Esteve Raventós, F., Larsson, E., Luangsa-ard, J.J., Pancorbo, F., Balashov, S., Baseia, I.G., Boekhout, T., Chandranayaka, S., Cowan, D.A., Cruz, R.H.S.F., Czachura P., De la Peña-Lastra, S., Dovana, F., Drury, B., Fell, J., Flakus, A., Fotedar, R., Jurjević, Ž., Kolecka, A., Mack, J., Maggs-Kölling, G., Mahadevakumar, S., Mateos, A., Mongkolsamrit, S., Noisripoom, W., Plaza, M., Overy, D.P., Piątek, M., Sandoval-Denis, M., Vauras, J., Wingfield, M.J., Abell, S.E., Ahmadpour, A., Akulov, A., Alavi, F., Alavi, Z., Altés, A., Alvarado, P., Anand, G., Ashtekar, N., Assyov, B., Banc-Prandi , G., Barbosa, K.D., Barreto, G.G., Bellanger, J.M., Bezerra, J.L., Bhat, D.J., Bilański, P., Bose, T., Bozok, F., Chaves, J., Costa-Rezende, D.H., Danteswari, C., Darmostuk, V., Delgado ,G., Denman, S., Eichmeier, A., Etayo, J., Eyssartier, G., Faulwetter, S., Ganga, K.G.G., Ghosta,Y., Goh, J., Góis, J.S., Gramaje, D., Granit, L., Groenewald, M., Gulden, G., Gusmão, L.F.P., Hammerbacher, A., Heidarian, Z., Hywel-Jones, N., Jankowiak, R., Kaliyaperumal, M., Kaygusuz, O., Kezo, K., Khonsanit, A., Kumar, S., Kuo, C.H., Læssøe, T., Latha, K.P.D., Loizides, M., Luo, S.M., Maciá-Vicente, J.G., Manimohan, P., Marbach, P.A.S., Marinho, P., Marney, T.S., Marques G., Martín, M.P., Miller, A.N., Mondello, F., Moreno, G., Mufeeda, K.T., Mun, H.Y., Nau, T., Nkomo, T., Okrasińska, A., Oliveira, J.P.A.F., Oliveira, R.L., Ortiz, D.A., Pawłowska, J., Pérez-De-Gregorio, M.À., Podile, A.R., Portugal, A., Privitera, N., Rajeshkumar, K.C., Rauf, I., Rian, B., Rigueiro-Rodríguez, A., Rivas- Torres, G.F., Rodriguez-Flakus, P., Romero-Gordillo, M., Saar, I., Saba, M., Santos, C.D., Sarma, P.V.S.R.N., Siquier, J.L., Sleiman, S., Spetik, M., Sridhar, K.R., Stryjak-Bogacka, M., Szczepańska, K., Taşkın, H., Tennakoon, D.S., Thanakitpipattana, D., Trovão, J., Türkekul, İ., van Iperen, A.L., van't Hof, P., Vasquez, G., Visagie, C.M., Wingfield, B.D., Wong, P.T.W., W.X. Yang, Yarar, M., Yarden, O., Yilmaz 2023. Fungal Planet description sheets. Persoonia 50: 1478-1549.
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Edited by

Editora Associada:

Viviana Motato-Vásquez

Publication Dates

• Publication in this collection
  04 Dec 2023
• Date of issue
  2023

History

• Received
  29 Mar 2023
• Accepted
  27 Sept 2023