Acessibilidade / Reportar erro

Sobre os limites do tempo: história do tempo presente, policronia e performatividade

On the limits of time: History of the present, polychrony and performativity

Resumo

O objeto de análise deste artigo é o problema das fronteiras temporais e suas implicações para a escrita e pesquisa em história do tempo presente. O objetivo é problematizar a ideia de que o tempo presente se define a partir da demarcação de um “começo” ou “marco de início” que o separa dos tempos passados, argumentando que essa abordagem pode levar a um impasse teórico, na medida em que ela repousa no princípio normativo da separação ontológica entre passado e presente. Esse princípio, ele próprio uma construção histórica, foi a base de muitas objeções contra a legitimidade da própria história do tempo presente. Após indicar a recorrência da busca por um “começo” do presente e expor criticamente as bases teóricas de tal perspectiva, o artigo desenvolve a hipótese de que uma saída para o referido impasse reside no reconhecimento da multiplicidade e heterogeneidade da experiência temporal e do caráter performativo e político das fronteiras entre presente e passado. Uma análise das polêmicas em torno da recente onda de ataques a monumentos dedicados a personalidades históricas permite explorar algumas implicações práticas dos argumentos apresentados no artigo.

Palavras-chave:
teoria da história; história do tempo presente; tempo histórico

Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Campus de Assis, 19 806-900 - Assis - São Paulo - Brasil, Tel: (55 18) 3302-5861, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, UNESP, Campus de Franca, 14409-160 - Franca - São Paulo - Brasil, Tel: (55 16) 3706-8700 - Assis/Franca - SP - Brazil
E-mail: revistahistoria@unesp.br