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Doença e cura: sistema médico e representação entre os Hupdë-Maku da região do Rio Negro, Amazonas

Resumo

Este trabalho analisa os itinerários terapêuticos com relação às doenças contagiosas e apresenta uma síntese do sistema médico dos Hupdë-Maku. Os dados desta pesquisa foram colhidos através de trabalho de campo realizado no Rio Negro durante o ano de 1997. A população indígena da região está em contato com as frentes de colonização desde o século XVII e tem-se notícias que ocorreram inúmeras epidemias que dizimaram parte da população. Mesmo existindo – de uma forma precária – serviços de saúde na região e os próprios índios já conhecem a "eficiência" do sistema médico ocidental, desta forma existe uma escolha seletiva do intinerário terapêutico a ser seguido pelos próprios indígenas. Como se dá esta escolha? Qual é o papel do pajé(s)? E como os pajés operam no interior deste sistema? Até então se tem referido em doenças de índios e doenças de branco como categorização na seleção do itinerário terapêutico. No entanto, a lógica na elaboração de representações das assim chamadas doenças-de-branco apenas poderá ser compreendida a partir do entendimento do mito e da cosmologia que, em última instância, estrutura as relações no interior do grupo étnico e no conjunto das relações interétnicas da bacia do Alto Rio Negro. Portanto, a compreensão da existência de interpretações, justapostas ou paralelas, dentro de categorias como doença-de-branco e doenças-de-índios não é apoiada, na prática e nem pela a escolha dos processos terapêuticos.

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