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Devir-anaconda: huni kuin cantos-imagem, uma estética relacional ameríndia

Resumo

Depois de apresentar a cena contemporânea da agencia artística e do xamanismo ayahuasqueiro dos Huni Kuin, apresento uma seleção de seus cantos-imagem. Os cantos revelam a lógica de uma percepção incorporada e sinestésica, isto é, as transduções de sensações corporais e percepções entre visão, ritmo, canto e som. A experiência veicula um processo de tornar-se outro onde conhecer significa olhar através dos olhos de Outro; estar coberto com a pele/ornamentos dos seres que se consumiu e cantar através de sua voz. Este devir-Outro é um devir deleuziano porque a experiência vivida se situa no espaço entre eu e outro. Nesse contexto a expressão “você é o que come” tem implicações específicas para o bem-estar e para a aquisição de capacidades agentivas e perceptivas de outros seres. A técnica ritual desse quase devir consiste em, de modo alternado, produzir e desfazer transformações temporárias através do canto.

Palavras-chave:
xamanismo; ayahuasca; estética relacional ameríndia; canto

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