Análise da produtividade agrícola da cultura da cana-de-açúcar em regiões de novas expansões agrícolas canavieiras

Resumo

O lançamento dos veículos bicombustíveis, no ano de 2003, propiciou a retomada da importância da produção de etanol e, consequentemente, numa nova fase de expansão do cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. Embora o aumento da área de produção e da quantidade produzida de cana-de-açúcar mereça destaque no agronegócio brasileiro, o mesmo não se pode considerar para a sua produtividade agrícola recente. Nesse contexto, esse artigo analisou os fatores que influenciam o ritmo de crescimento da produtividade da cana-de-açúcar, nas regiões de novas expansões agrícolas canavieiras, especificamente, nos estados de Mato Grosso do Sul e de Goiás. Para a coleta e análise dos dados foram utilizadas a pesquisa bibliográfica e a documental. O método Shift-Share foi utilizado para analisar a evolução da produção de cana-de-açúcar, por meio da decomposição dessa variável em dois fatores, efeito área e efeito produtividade. Os resultados demonstram que o aumento da produção, na região em análise, deveu-se predominantemente à incorporação de novas áreas de plantio e não por incremento na produtividade. Além disso, fatores estruturais têm impactado negativamente no desempenho da cultura. As análises indicam que há um ritmo lento de renovação dos canaviais, com a adoção de variedades antigas. Embora o índice de mecanização nas regiões em estudo seja alto, dificuldades de adaptação tecnológica ainda proporcionam deficiências no desempenho agrícola canavieiro.

Palavras-chave:
Setor sucroalcooleiro; Mecanização agrícola; Shift-share