Resumo:
O processo de financeirização no setor automotivo é crescente e atinge as montadoras de maneiras diferentes. Neste artigo nos propomos a estudar as diferentes dinâmicas que envolvem a financeirização no setor automotivo a partir da comparação entre os casos de Ford e Hyundai. Para isso, utilizamos indicadores que buscam concretizar o conceito econômico da financeirização. São eles: comparação entre as fontes de lucratividade; composição acionária; origens dos dirigentes das empresas; pagamento de compensações aos executivos; pagamento de dividendos aos acionistas; salários dos funcionários e nível de emprego. Esses indicadores demonstraram uma tendência de financeirização em ambas as montadoras, porém com incidência diferente em cada um desses indicadores. Mostraram, por exemplo, que enquanto o setor financeiro da Ford é muito mais rentável proporcionalmente do que seu setor produtivo, na Hyundai as duas fontes de lucratividade são bem mais equilibradas, com diferenças bem menores do que as observadas na Ford. O indicador de nível de emprego mostrou que enquanto houve uma queda enorme nos postos de trabalho na Ford nas últimas décadas, na Hyundai vem havendo um movimento inverso, de ampliação e contratações. Queremos com esse artigo debater os indicadores de financeirização nestas duas montadoras, contribuindo para um melhor conhecimento sobre o setor automotivo e colaborando com a agenda de pesquisas da sociologia econômica e das finanças.
Palavras-chave:
Financeirização; Setor automotivo; Sociologia econômica e das finanças
Thumbnail
Thumbnail
