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Da salvação pela fé à cura pela autoestima: as origens religiosas do testemunho de vítima1 1 Uma versão preliminar do artigo foi apresentada no GT Comunicação e Sociabilidade do XXIX Encontro Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós) realizado de 24 a 27 de novembro de 2020, sob organização da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS.

From salvation by faith to healing by self-esteem: the religious origins of victim testimony

Resumo

Nas últimas décadas, observou-se uma explosão do gênero testemunhal nos meios de comunicação ao redor do mundo e sua centralidade para as políticas de identidade contemporâneas. Este artigo propõe que a origem destes testemunhos de vítimas de preconceito, que mesclam terapia e política, remonta às práticas protestantes, especialmente no interior da cultura norte-americana. O percurso genealógico proposto começa nas narrativas de conversão do século XVI, passando pela expansão do Metodismo nos Estados Unidos até o surgimento dos grupos de autoajuda laicos no século XX, marcados pela ideia de pensamento positivo e, mais tarde, de autoestima. Assim como Foucault propôs a confissão clínica como secularização da confissão católica, propomos que os testemunhos de vítima podem ser a secularização das narrativas de conversão.

Palavras-Chave
testemunho; vítimas de preconceito; genealogia; conversão religiosa; protestantismo norte-americano; secularização

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