Acessibilidade / Reportar erro

Sporothrix eucalypti, um novo patógeno do eucalipto no Brasil

Sporothrix eucalypti a new pathogen of eucalyptus in Brazil

Sporothrix eucalypti, UM NOVO PATÓGENO DO EUCALIPTO NO BRASIL

ACELINO C. ALFENAS1, EDIVAL A.V. ZAUZA1, OSMAR P.P. ROSA2 & TEOTÔNIO F.ASSIS3

1Universidade Federal de Viçosa, Dep. de Fitopatologia, Viçosa-MG, e-mail: aalfenas@mail.ufv.br; 2Tecnoplanta, Barra do Ribeiro-RS; 3Riocell, Guaíba-RS

(Aceito para publicação em 02/02/2001)

Autor para correspondência: Acelino C. Alfenas

ABSTRACT

Sporothrix eucalypti a new pathogen of eucalyptus in Brazil

Sporothrix eucalypti is reported for the first time in Brazil causing stem girdling on seedlings of Eucalyptus globulus, leaf and shoot blight on ministumps of a hybrid of Eucalyptus saligna x E. maidenii, used as source of sprouts for mininicuttings.

Registrou-se, em março de 2000, a ocorrência de uma nova doença de Eucalyptus sp., em minijardim clonal, na região de Barra do Ribeiro – RS. À época da inspeção, a doença encontrava-se restrita a um clone híbrido de Eucalyptus saligna Smith x E. maedenii Fmuell e, subseqüentemente, em mudas seminais de E. globulus Labill. A enfermidade, aqui designada de esporotricose do eucalipto, caracteriza-se pela infecção da haste principal de mudas (Figura 1A) e de porções apicais de brotações de minicepas produtoras de brotos para enraizamento (Figura 1B) e folhas (Figura 1C). Nas folhas, as lesões são inicialmente arroxeadas, ligeiramente arredondadas, ou de formato e dimensões variáveis. No caule e pecíolo, o patógeno induz anelamento e morte dos mesmos. Os órgãos afetados, não raro, tornam-se retorcidos e as áreas necróticas escuras recobertas com pústulas esbranquiçadas (massa de micélio, conidióforos e conídios) de um fungo, com características morfológicas típicas de Sporothrix eucalypti Wingfield, Crous & Swart, relatado em Eucalyptus sp., na África do Sul (Wingfield et al., 1993, Mycopathologia 123:159-164). Suas colônias, em BDA, possuem odor peculiar, são brancas e esporulantes (Figura 1D); seus conídios primários (5-10 x 2,5-5 mm) e secundários (2,5-5 x 1,0-2,5 mm) são hialinos, unicelulares, produzidos em células conidiogênicas denticuladas, hialinas e diferenciadas da hifa vegetativa (Figuras 1 E, F e G). A temperatura ótima de crescimento é 25 ºC, onde após 10 dias de incubação, no escuro, atinge uma média de 512 mm2. Para os testes de patogenicidade do fungo, 15 mudas sadias de E. globulus foram atomizadas com uma suspensão de inóculo a 2,5 x 106 conídios/ml. Após a inoculação, as mudas foram mantidas em câmara úmida no escuro por três dias a 25 ºC. Os primeiros sintomas e sinais da doença surgiram aos 14 dias da inoculação e caracterizaram-se pelo surgimento de lesões escuras, contendo esporulações branca do patógeno. A reprodução dos sintomas da doença por inoculação artificial em todas as mudas inoculadas e o reisolamento do fungo para BDA, a partir de tecidos infetados, confirmaram a etiologia da doença.


Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Ago 2001
  • Data do Fascículo
    Jun 2001
Sociedade Brasileira de Fitopatologia SGAS 902 Edifício Athenas - Bloco B, Salas 102/103, 70390-020 Brasília, DF, Tel./Fax: +55 61 3225-2421 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: sbf-revista@ufla.br